Boston – Quase que imediatamente após os ataques terroristas contra os três poderes no ultimo fim de semana (8 de janeiro, domingo), em suas sedes em Brasília, empreendidos por apoiadores do ex-mandatário da presidência da República, Jair Bolsonaro, organizações e grupos de brasileiras e brasileiros residentes no exterior repudiaram esses ataques através de notas públicas e protestos na porta de consulados e embaixadas brasileiras e outros centros culturais sediados em diversos países.
A USNDB, rede em defesa da democracia sediada nos Estados Unidos e seu escritório em Washington-DC, WBO (responsável pelo lobby no Congresso e o senador norte-americano Bernie Sanders, que resultou na aprovação pelo Senado de sanções dos Estados Unidos contra o Brasil caso houvesse um golpe de estado) emitiram uma nota ontem denunciando a invasão do Palácio do Planalto, o prédio da Suprema Corte da Justiça e o Congresso Nacional por “forças anti-democráticas que se recusam reconhecer os resultados das eleições brasileiras presidenciais de 2022”.
Os depredadores, ainda inconformados por sua derrota nas eleições e a recente posse (1 de janeiro) do atual presidente Luís Inácio Lula da Silva realizaram atos de vandalismo e terrorismo, como uso de granadas para invasão do STF, depredadação dos prédios dos poderes constituídos, móveis e documentos, incluindo uma cópia da publicação da Constituição de 1988, roubo de armas letais e munição, peças e documentos, e outras impropriedades, como urinar e defecar em vários recintos. Os terroristas ainda agrediram os poucos policiais que faziam a guarda dos prédios, além de espancar, torturar e ameaçar de morte pessoas que eles desconfiavam que não faziam parte do ataque, como o jornalista de O tempo.
A nota da USNDB remotou ao ex-presidente da República dos Estados Unidos, Donald Trump e a um grande número de apoiadores do Partido Republicano que encorajaram um ataque similar ao Capitólio dois anos atrás (6 de janeiro de 2020). A organização conclamou todas as forcas democráticas em diversas partes do mundo a repudiarem estes atos anti-democráticos pela exptrema direita no Brasil que visam desestabilizar o novo governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva.
A Confederação Sindical Internacional (ITUC) também condenou hoje os ataques através de nota. A organização, que representa 200 milhões de membros de 338 afiliados em 168 países e territórios, disse que este último ataque organizado à democracia brasileira destaca a contínua ameaça representada pela extrema direita, para a qual se chamou a atenção através de uma resolução especial adotada no 5º Congresso Mundial da CSI em novembro do ano passado.
PROTESTOS PRESENCIAIS
Acompanhando as manifestações feitas em capitais brasileiras hoje contra os ataques terroristas de ontem, um protesto presencial foi feito hoje, às 17h, na Union Square, em Nova Iorque, por membros da Defend Democracy in Brasil, organização associada a USNDB. Outro protesto, organizado pelo Coletivo de Boston (foto), também associado a USNDB, ocorreu na frente do Consulado Brasileiro , às 16h, naquela cidade.
Outras cidades em outros países que também realizaram protestos presenciais hoje foram: Paris (França, foto); Berlim e Frankfurt (Alemanha), organizado pelas organizações QuilomboAlle e Honsaallee; Buenos Aires (Argentina), pelo Coletivo Passarinho; Barcelona (Espanha), por Las Ramblas; Roma (Itália); Cidade do México (Meexico); Londres (Reino Unido); e Zurich (Suiça).
Em meio aos protestos, circulou a informação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro, que voou para Orlando, na véspera da virada do ano para não passar a faixa de presidente da República para o novo presidente Luís Inácio Lula da Silva, teria dado entrada em um hospital da cidade com fortes dores abdominais. O fato não foi confirmado por um dos hospitais citados, mas considerado pelos manifestantes como mais uma das artimanhas do ex-mandatário, de vitimização, para desviar a atenção da repercussão dos atos terroristas, como a intervenção federal em Brasilia, decretada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva, a supensão do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha por 90 dias, e sucessivas prisões feitas a mando do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Os residentes no exterior ainda comemoraram a exoneração de embaixadores brasileiros em Washington, Nestor Forster, e a cônsul em Nova York, Maria Nazareth Farani Azevêdo, pelo Itamaraty. Os diplomatas eram considerados próximos a Jair Bolsonaro (PL) e teriam até mesmo defendido publicamente o bolsonarismo. Uma maneira de ser, pensar, atuar, governar, reunindo todas as qualidades discriminatórias, xenofóbicas, racistas, homofóbicas e machistas, e condenadas por políticas internacionais de direitos humanos e cujas práticas passaram a ser vinculadas a governos com ideologia de extrema direita e ao fascismo, e mais recentemente, como demonstrado por esses atos de ataque aos poderes, ao terrorismo. Essa forma buscou “estilização” como qualidade de virilidade pelo ex-ocupante do cargo mais nobre da República, mas não vingou para a maioria dos brasileiros, que deram vitória ao presidente democrata Lula (PT) e sua frente de coalisão de partidos politicos, e nem para o mundo.
Amanhã (10 de janeiro, terça) haverá protestos em Madrid (Espanha) e Montreal (Canadá). Na quarta-feira (11 de janeiro), haverá protesto em Lisboa (Portugal), organizado pelo Coletivo Andorinha. No sábado (14 de janeiro) haverá protesto na cidade de Amsterdam (Holanda). Para mais informações e detalhes sobre as manifestações anti-terroristas, visitar a lista unificada pela Frente Internacional Brasileira Contra o Golpe e pela Democracia (Fibra).