Os vencedores do Troféu Câmara Legislativa foram revelados na noite de ontem (03), durante a cerimônia de encerramento do 44º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, no Cine Brasília. Os longas-metragens Cru, de Jimi Figueiredo, e Sagrada Terra Especulada, de José Furtado, ficaram em 1º e 2º lugar, respectivamente, e levaram da Câmara Legislativa os prêmios de R$ 75 mil e R$ 35 mil.
Já entre os curtas, os vencedores foram: Deus, de André Miranda, e A arte de andar pelas ruas de Brasília, de Rafaela Camelo. Os curtas-metragens foram premiados respectivamente com R$ 25 mil e R$ 15 mil. Os quatro filmes vencedores serão exibidos, gratuitamente, no auditório da CLDF nos dias 20 e 21 de outubro, a partir das 19h.
Ao subirem ao palco, os vencedores agradeceram o apoio da Câmara Legislativa ao cinema do Distrito Federal. A Casa entrega o Troféu Câmara Legislativa desde 1996. “Fazer cinema em Brasília é uma batalha, e o Troféu Câmara Legislativa é certamente um prêmio importante para os realizadores”, agradeceu Jimi Figueiredo. O diretor, estreante na categoria de longa-metragem, ganhou o prêmio de R$ 75 mil por seu filme Cru.
“O palco do Cine Brasília é como um altar para mim, e o prêmio da Câmara Legislativa é um estímulo para continuar produzindo”, disse o cineasta André Miranda, que levou o prêmio de R$ 25 mil por seu filme Deus, curta-metragem classificado em 1º lugar pelo júri da categoria.
Discurso recorrente entre os vencedores da premiação, a necessidade de uma regulamentação para a Mostra Brasília foi destacada também pelo presidente da Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo (ABCV), João Paulo Procópio. Em carta lida durante a solenidade, ele destacou os avanços do Festival de Cinema, mas criticou a falta de diálogo entre os produtores e a Secretaria de Cultura. Procópio destacou ainda que a Câmara Legislativa pretende regulamentar a Mostra Brasília para os anos seguintes.
Surpresa – Último filme a entrar na programação da Mostra Brasília, o longa Sagrada Terra Especulada conquistou o prêmio de R$ 35 mil por ter sido eleito o segundo melhor da categoria. O anúncio foi uma surpresa para muitos, visto que a produção concorria com o filme Rock Brasília – era de ouro, do veterano Vladimir Carvalho, muito aplaudido na estréia do festival.
“Muita gente que aparece no filme está agora dormindo na chuva. O prêmio da Câmara Legislativa finaciará a luta contra o Setor Noroeste”, disse o diretor José Furtado, ao receber o troféu.
Os vencedores
Longa-metragem classificado em 1º lugar – Troféu Candango e R$ 75 mil:
Cru, de Jimi Figueiredo, 73min, DF
Num açougue perdido no interior do Brasil, um forasteiro contrata os serviços de um matador de aluguel. O que parece ser um crime encomendado torna-se, então, um inevitável acerto de contas entre os personagens e seus passados.
Longa-metragem classificado em 2º lugar – Troféu Candango e R$ 35 mil:
Sagrada Terra Especulada – A Luta Contra o Setor Noroeste, de José Furtado
A luta ideológica entre a permanência de uma comunidade indígena Fulni-ô, localizada no Plano-Piloto de Brasília, e a construção do bairro Setor Noroeste, destinado à classe alta do Distrito Federal. Narrado pelo cantor de rap GOG, é um grito contra a especulação imobiliária e pelo respeito à diversidade.
Curta-metragem classificado em 1º lugar – Troféu Candango e R$ 25 mil:
Deus, de André Miranda, 10min, DF
Frango precisou morrer para entender o sentido da vida.
Curta-metragem classificado em 2º lugar – Troféu Candango e R$ 15 mil:
A arte de andar pelas ruas de Brasília, de Rafaela Camelo, 20min34, DF
Duas garotas se encontram na cidade.