Centrada na valorização do ser humano e não do capital, a economia solidária é uma forma de produção, consumo e distribuição de riqueza, que questiona a lógica capitalista da acumulação. É tema de absoluta relevância por valorizar as relações solidárias, tendo como alicerces o associativismo e o cooperativismo. Com isso, nesta sexta feira (20), o deputado Chico Leite (PT), teve a iniciativa de realizar o I Seminário de Economia Solidária do DF e Entorno, para discutir o tema.
O objetivo do encontro é integrar as ações do governo na consolidação e aperfeiçoamento das políticas públicas existentes, por meio da Secretaria de Micro e Pequenas Empresas e Economia Solidária (SMPES). As ações são voltadas para impulsionar a produção autossustentável, a comercialização justa e o consumo responsável, além da democratização do crédito e do microcrédito. O conceito também leva em conta dimensões humanas, baseada no respeito mútuo, na igualdade de gênero e raça.
No seminário, várias autoridades estavam presentes. Além de Chico Leite, propositor do encontro fez parte da Mesa: Erica Kokay, deputada federal; Dirsomar Ferreira Chaves, secretário de Estado da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte do DF; Afonso Magalhães, subsecretário de Economia Solidária do DF; Olena Valente, representante do Movimento de Apoio ao Trabalhador rural; Ademar Bertucci, representante da Cáritas; Paulo Henrique, representante do fórum de Economia Solidária do DF e Entorno; Daniel Tygel, representante do Fórum Nacional de Economia Solidária; Marcelo Didonet, representante do setorial de Economia Solidária do PT/DF.
Na abertura, Chico Leite salientou a importância da organização da comunidade para instituição desta forma de produção. “Sou desses que só acredito em economia solidária com a efetiva definição dos passos a serem dados pela própria comunidade, pela organização associativa. O Estado tem suas responsabilidades, mas a organização de base é a alma do sucesso”, disse o deputado.
Várias associações comunitárias também estiveram presentes na ocasião: Movimento de Apoio ao Trabalhador Rural (MATR), Solidárias da Arte (Solidart), com sede em Taguatinga, e a Associação dos Moradores do Setor Coimbra e Bela Vista (Ascobel), com sede em Águas Lindas.
Santina Camargo, presidente da Ascobel, conta que a associação faz um grande e importante trabalho na comunidade de Águas Lindas. “Nós trabalhamos com outra economia e outra forma de viver. É uma visão, de que é possível se viver melhor sem ser escravo do capitalismo. Os jovens passam a ter uma melhor perspectiva da vida”, afirma.
“Não fazemos um trabalho, fazemos um projeto de sociedade. No nosso trabalho as dimensões econômica, social e ambiental, devem estar inseridas em todos os seus aspectos”, comentou Paulo Henrique, do Fórum de Economia Solidária do DF e Entorno.
O subsecretário de Economia Solidária do DF, Afonso Magalhães, afirma que com a aprovação do Projeto de Lei (PL) 865/2011, de autoria do Executivo, as comunidades que produzem em forma de economia solidária, serão muito beneficiadas. O projeto de lei em questão “altera a Lei no. 10.683, de 28 de maio de 2003, que dispõe sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios, cria a Secretaria da Micro e Pequena Empresa, cria cargo de Ministro de Estado e cargos em comissão, e dá outras providências”, ou seja, será a criação de um ministério específico para o tema. “Vai ser um avanço significativo para todos nós”, observou Afonso.
Foto: Fábio Ribas
