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“Vamos tirar você da presidência”, diz Boulos para Bolsonaro

Publicado em: 21/04/2021

Guilherme Boulos,  líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e da Frente Povo Sem Medo,  fez hoje (21) uma transmissão ao vivo em suas redes sociais, em que subiu o tom contra Jair Bolsonaro pelo fato de ter sido intimado pela Polícia Federal a prestar depoimento em um inquérito por “ameaçar” o presidente.

Com base na Lei de Segurança Nacional (LSN), um mecanismo criado na ditadura militar, Boulos se tornou alvo de uma investigação, a mando do Ministério da Justiça, por conta de um tuíte irônico feito há um ano que afirmava: “um lembrete para Bolsonaro: a dinastia de Luís XIV terminou na guilhotina”. A postagem era uma resposta a uma frase de Bolsonaro, que afirmou “eu sou a Constituição”, declaração alusiva à frase atribuída a Luís XIV, rei da França, no século 17: “O Estado sou eu”.

“Em vez do ministério da Justiça se preocupar em ir atrás das rachadinhas do [Fabrício] Queiroz, que estava agora essa semana fazendo de novo esquema com o governo do estado do Rio de Janeiro, em vez de ir atrás das rachadinhas e todos esses absurdos que estamos vendo dentro do próprio governo Bolsonaro, em vez de investigar o descaso em relação à pandemia, o boicote às medidas sanitárias e as vacinas, a gente tem um Ministério da Justiça que botou a Polícia Federal, dinheiro público, pra investigar um tuíte”, disse Boulos.

“O Bolsonaro, não é segredo para ninguém, adora uma ditadura. O que ele quer é o pensamento único, sufocar todas as oposições, não ter ninguém que questione esse genocídio que ele está praticando no Brasil, e tenta aparelhar o estado brasileiro pra suas finalidades políticas”, declarou Boulos.

O psolista afirma, no entanto, que prestará depoimento na Polícia Federal na próxima semana e que o fato não o intimida. “Muito pelo contrário, isso só reforça nossa disposição de lutar contra esse governo que está matando gente”, afirmou.

Segundo Boulos, Bolsonaro está “desesperado” por conta da CPI do Genocídio no Senado e a possibilidade cada vez mais concreta de um impeachment. Ele afirmou, inclusive, que vai trabalhar para tirar o ex-militar da presidência antes das eleições de 2022.

“Vamos seguir na linha de frente contra esse genocida, tirar o Bolsonaro, inclusive, antes de 2022, porque o Brasil não aguenta. Ele está desesperado com a CPI da pandemia. Esse desespero, como um bicho acuado, ele traduz em agressão, em autoritarismo”, disparou.

“Ô, seu Jair, nós não vamos recuar um passo, vamos para cima para tirar você da presidência”, completou Boulos.

Entenda o caso

Há um ano, em abril de 2020, após participar de um ato em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, em que os manifestantes pediam intervenção militar, Bolsonaro disse: “Eu sou a Constituição”, declaração alusiva à frase atribuída a Luís XIV, rei da França, no século 17: “O Estado sou eu”.

Em resposta, Boulos escreveu: “Um lembrete para Bolsonaro: a dinastia de Luís XIV terminou na guilhotina…”.

Bolsonaro ficou irritado e o deputado José Medeiros (Podemos-MT), aliado do presidente, representou contra Boulos no Ministério da Justiça. O titular da pasta, André Mendonça, determinou que a PF abrisse inquérito e, agora, intimou Boulos a depor.

Revista Fórum
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