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Ex-ministros alertam para o descaso de Bolsonaro com a Amazônia

Publicado em: 22/04/2021

De Boston: A ex-ministra do Meio Ambiente no governo de Luis Inácio Lula da Silva, Mariana Silva (foto), e da Fazenda no governo de Itamar Franco, Rubens Ricupero (foto), também secretário geral da Quinta Conferência das Nações Unidas sobre o Trabalho e Desenvolvimento (1995-2004), assinam um artigo hoje no jornal britânico The Guardian chamando a atenção para dribles do presidente Jair Bolsonaro ao solicitar recursos para combater o desflorestamento da Amazônia.

Segundo os dois ex-ministros, o combate à destruição da floresta tropical brasileira pelo governo Bolsonaro não tem como causa a falta de recursos, mas o descaso do seu governo para com a causa do enfrentamento da crise climática. E que a promessa dele de voltar aos acordos de Paris, para receber US $ 20 bilhões (£ 14 bilhões ) em fundos internacionais para florestas tropicais – inclusive para o Brasil – para impedir a destruição da Amazônia, soa como uma ameaça para o propósito de estabilidade climática do planeta.

A ex-ministra e o diplomata denunciam o acordo que o governo Biden, junto com ministros da Grã-Bretanha e da Europa, negociou nas últimas semanas com o governo brasileiro, tendo o ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro, Ricardo Salles à frente solicitando uma parcela anual de US $ 1 bilhão para reduzir o desmatamento do Brasil entre 30% e 40%.

Há a preocupação de que alguns desses fundos possam ser canalizados para os próprios grileiros que estão por trás da destruição da Amazônia, dizem Silva e Ricupero. Eles acusam o governo brasileiro de ter transformado o Brasil em um pária ambiental, o maior destruidor de florestas tropicais do mundo e a maior ameaça ao já precário equilíbrio climático do planeta.

Em longa narrativa, os dois ex-ministros esclarecem que receber fundos internacionais para implementar medidas de proteção e uso sustentável da floresta é uma transação normal e necessária. O Fundo Amazônia é o exemplo mais celebrado: operava com recursos alemães e noruegueses até recentemente, quando, para horror do mundo, foi desativado pela corrente administração do Ministério do Meio Ambiente. O governo federal tomou a decisão de descontinuar o fundo, que ainda tinha cerca de US $ 500 milhões em doações futuras, porque queria restringir a forma como o dinheiro era usado.

O artigo é bastante oportuno quando acaba de ser aberta online hoje pela manhã, a Conferência Internacional do Clima pelo presidente dos Estados Unidos Joe Biden, o anfitrião do evento. A Conferencia reúne 40 líderes de países,com o objetivo de discutir  e assinar um acordo para redução em até 50% e emissão de gás carbônico para a atmosfera. O presidente Jair Bolsonaro, negacionista das mudanças climáticas, é também um dos participantes e está sendo cunhado pela imprensa internacional  como “vilão ambiental”

 

 

 

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