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Condenação do policial que matou Floyd é tida como exceção

Publicado em: 20/04/2021

De Boston – A condenação do ex-policial de Minneapolis, Derek Chauvin, pelo assassinato de George Floyd é um avanço para a comunidade estadunidense, especialmente a afro-americana, em termos de justiça. Mas também um ato de exceção à “regra”. É como a comunidade e a grande imprensa estadunidense está considerando a decisão judicial proferida hoje pelo juiz da Corte do Distrito do Condado de Hennepin, Peter Cahill––apesar  da magnitude do ato.

O New York Times cobriu a reação do presidente Joe Biden ao resultado do júri que considerou Chauvin culpado pela morte de Floyd. Biden elogiou o veredicto no julgamento do ex-policial. Mas chamou o mesmo de uma etapa “muito rara” para providenciar o mínimo de acontabilidade para os afro-americanos, referindo-se ao racismo estrutural persistente na sociedade norte-americana.

A CNN entrevistou também entrevistou o presidente Joe Biden e a vice-presidente Kamala Harris. Ambos dirigiram-se ao país chamando o veredicto de “um passo gigante na marcha rumo à justiça na América”. O presidente disse também que conversou com a filha de Floyd e ela teria dito: “papai mudou o mundo”.

O ex-presidente Barack Obama disse que “o júri fez a coisa certa”, acrescentando “não podemos descansar”. Para a BBC, o ex-presidente e  primeira dama, Michelle Obama, acrescentaram que “ se formos honestos conosco mesmos, sabemos que a verdadeira justiça envolve muito mais do que um único veredicto em um único julgamento; a verdadeira justiça exige que aceitemos o fato de que os negros americanos são tratados de maneira diferente, todos os dias.” Philonise Floyd, irmão de George Floyd, disse a BBC que só por demonstrar que a justiça é possível para os afro-americanos, o momento é histórico, monumental.

David A. Graham, redator do The Atlantic, disse que a vitória foi sem dúvida para a justiça. Mas “nem sempre há evidências de vídeo tão claras e convincentes”, como a que houve no caso de Floyd. Floyd, um cidadão negro,  morreu em 25 de maio de 2020, quando o então policial Chauvin, branco, após uma abordagem, decidiu detê-lo. Chauvin imobilizou Floyd e se ajoelhou no pescoço delepor mais de nove minutos. As imagens foram gravadas atravês de cellular de testemunhas e gerou protestos por justiça racial em todos os estados do país norte-americano.

“Se tudo isso for necessário para condenar um policial, as condenações permanecerão raras – e a reforma terá que ocorrer fora dos tribunais.” O colunista também diz que diz que, apesar da decisão rápida do júri neste caso, questões maiores sobre o futuro do policiamento e da justiça racial na América permanecem sem solução, particularmente porque o país continua a lidar com as consequências de uma onda de novos assassinatos nas mãos das autoridades policiais.

Condenação

Derek Chauvin (foto) foi condenado por homicídio de segundo e terceiro graus, bem como homicídio culposo. Ao ouvir o veredicto, ele levantou-se rapidamente depois que o juiz ordenou que sua fiança fosse revogada e obedientemente colocou suas mãos para serem algemadas antes de ser conduzido para fora do tribunal. Ele pode pegar até 75 anos de prisão quando retornar para ser sentenciado em oito semanas.

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