Ao conversar com garimpeiros nesta segunda-feira (01/10/2019), na portaria do Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse que o interesse externo na Amazônia é exclusivamente no minério da região.
O presidente voltou a criticar a atuação de ONGs na região. “O interesse da Amazônia não é no índio nem na porra da árvore. É no minério”, disse o presidente.
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Um grupo de garimpeiros da região de Serra Pelada, no sul do Pará, foi até o Planalto para pedir a Bolsonaro que coloque as Forças Armadas na região com o objetivo de garantir a exploração da área demarcada desde o período da ditadura militar.
Bolsonaro ainda atacou a empresa Vale que, segundo ele, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, “abocanhou” o direito minerário no Brasil. “A gente conhece o potencial do Brasil, Roraima, Sul do Pará. Eu sei como a Vale do Rio Doce abocanhou, no governo do FHC, o direito minerário no Brasil. Um crime. Um crime que aconteceu”, disse o presidente aos garimpeiros.
Os garimpeiros acusam a empresa, que tem uma área de exploração mineral próxima à Serra Pelada, de explorar minério na área demarcada para o garimpo. Segundo um dos líderes, a empresa estaria cavando no subsolo da área dos garimpeiros.
O líder do grupo, Jonas Andrade, que minutos antes chegou a conversar com o presidente Bolsonaro, no gabinete, junto com mais quatro lideranças, e disse que a empresa cava túneis e manda o ouro para a China, misturado com terra e sem prestar contas ao governo.
“Temos uma área demarcada que foi doada pelo presidente João Baptista Figueiredo. A Companhia Vale do Rio Doce recebeu 70 milhões de dólares para sair de lá. Só que ela saiu mas está bem do lado, fazendo um buraco lá, que chama projeto Serra Leste. E está mandando para fora do Brasil falando que é ferro, só que ela está levando é ouro. E não está sendo prestado conta. A Vale do Rio Doce coloca nos vagões terra, vai para o porto e vai direto para China”, denunciou o garimpeiro.
“Queremos a demarcação de nossas terras porque a Vale pode estar dentro de nossas terras através de túneis para tirar o nosso minério”, acusou o garimpeiro, que pertence à Cooperativa de Mineração dos Garimpos de Serra Pelada (Comigasp), que segundo ele, reune 44 mil garimpeiros.
Propina
“Está aí o mundo falando e muitas vezes criticando garimpeiros. É uma covardia que fazem com o meio ambiente de vários países do mundo. Faz aqui dentro do Brasil, ninguém toca no assunto por que a propina, pelo que parece, corre solta”, acusou Bolsonaro que disse conhecer o ofício de garimpeiro porque seu pai exerceu esta profissão e ele também por alguns meses, como curioso, também chegou a atuar.
“Então, nós queremos solucionar. Não é porque meu pai foi garimpeiro não. Eu garimpei por meses, como curioso. Sei o que é um jogo de peneira, uma batente. Sei das dificuldades, não é para qualquer um b ater garimpo de aluvião. Tem outro tipo de garimpo”, disse o presidente.