A deputada Julia Lucy (Novo) trouxe à sessão ordinária da Câmara Legislativa desta terça-feira (21) o tema do feminicídio. A parlamentar lamentou “mais uma tragédia”, referindo-se ao assassinato de Debora Tereza Correa, servidora da Secretaria de Educação do DF. Ela foi assassinada na manhã de ontem, no local de trabalho, pelo policial civil Sergio Murilo dos Santos, que havia tido um relacionamento com a vítima.
Para a distrital, o caso demonstra que a violência doméstica é muito mais complexa do que se imagina. “Independência financeira não é suficiente para proteger as mulheres deste tipo de violência”, analisou, apontando como caminhos para solucionar o problema o reforço das medidas judiciais e a efetiva proteção das mulheres ameaçadas. Julia Lucy também lamentou o “imbróglio jurídico” que atrapalha o funcionamento da Casa da Mulher Brasileira, espaço criado pelo governo federal, e sugeriu que o GDF crie um local similar para atender as vítimas.
Arlete Sampaio (PT) também se referiu à “onda de feminicídio” verificada no Distrito Federal. Na avaliação da distrital, o fato de o presidente da república defender o uso de armas, além de manter atitudes machistas, homofóbicas e racistas incentiva aqueles “que se acham donos das mulheres” a cometerem crimes.
Na mesma linha, posicionou-se o deputado Fábio Felix (PSol), para quem o feminicídio “é diretamente resultante do machismo e do controle dos corpos”. Por sua vez, o deputado Chico Vigilante (PT) defendeu que o Congresso Nacional endureça as penas contra os agressores. “Quem comete um crime como esses deveria ter prisão perpetua”, prescreveu.
Crítica e elogio – Felix também fez um elogio a Ibaneis Rocha que foi um dos signatários de carta aberta na qual 14 dos 27 governadores do País pedem a imediata revogação do decreto presidencial que autorizou o porte de armas. “Nunca elogiei o governador, mas ele está certo em assinar esse manifesto contra a atitude de um presidente irresponsável”, afirmou. De outra forma, o deputado Leandro Grass (Rede) fez um discurso criticando as mudanças administrativas no GDF. “A mais nova ideia é recriar a Secretaria de Governo, desmembrando a Casa Civil, com um interesse claro de atender a acordos políticos e fazer acomodações, enquanto a cidade está abandonada, está um caos”, reclamou.
Marco Túlio Alencar