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Bolsonaro quer liberar mineração e agropecuária em terras indígenas

Publicado em: 18/04/2019

Como todos temiam, o presidente Jair Bolsonaro defendeu hoje (17), em uma transmissão ao vivo em sua página no Facebook, a intenção de liberar as terras indígenas para exploração da agropecuária e mineração. Bolsonaro disse que ‘tem trilhões de dólares’ nas terras a serem exploradas, mostrando claramente a quem pretende entregar as terras.

Bolsonaro recebeu um grupo de indígenas das etnias Parecis (Mato Grosso), Macuxi (Roraima), Xucuru (Pernambuco) e Yanomamis (Amazonas/Roraima), que reivindicam o direito de explorar as reservas tradicionais. Eles foram levados ao encontro com o presidente pelo secretário de Assuntos Fundiários do governo, Naban Garcia. O senador Chico Rodrigues (DEM-RR) também participou da transmissão.

“O que nós pudermos fazer para que vocês tenham autonomia sobre todo o perímetro geográfico de vocês, nós faremos”, afirmou o presidente sobre a possibilidade de permitir a exploração econômica das reservas. Bolsonaro ressaltou que, se as comunidades indígenas quiserem, devem ter liberdade para produzir e obter recursos minerais no território.

“Quando se fala em Yanomamis, debaixo da terra tem bilhões ou trilhões de dólares, sem sequer discutir isso aí. Vamos continuar sendo pobres? Sendo escravizados por Ongs? Ser escravizados por partidos políticos ou deputados e senadores que não tem compromisso com vocês? Que usam vocês para se dar bem?”, disse o presidente. “Nós queremos a liberdade de vocês”, garantiu.

Um dos quatro representantes indígenas, por sua vez, se queixou da atuação da Funai, de não poder fazer o uso que gostariam de suas terras, da falta de escolas e das más condições de saúde em suas aldeias. Bolsonaro disse que se a Funai não fizer o que os índios querem, cortará “toda a diretoria” do órgão.

“Assim como o povo brasileiro tem que dizer o que eu vou fazer como presidente, o povo indígena é que diz o que a Funai vai fazer. Se não for assim, eu corto toda a diretoria da Funai e botamos gente como vocês lá dentro para não atrapalhar quem quer o progresso, quem quer o desenvolvimento, quem quer o bem do Brasil”, declarou o presidente.

“Não justifica viver nessas condições precárias”, disse Bolsonaro. “Vocês [índios] não são pré-históricos, são seres humanos”, completou o presidente, afirmando que é preciso construir usinas hidrelétricas nas terras dos povos nativos, alegando que eles poderiam se beneficiar dos royalties gerados por essas atividades.

Como é de praxe, Bolsonaro aproveitou para fazer o seu discurso de ódio, afirmando que “a política da esquerda” para as questões indígenas vai mudar em seu governo. “Vocês têm bastante terra, vamos usar essas terras. Há trilhões de dólares embaixo da terra”, disse. “Vamos continuar sendo pobres?”, questionou.

Por meio das redes sociais, a líder indígena Sonia Guajajara rebateu: “A portaria de Moro tenta nos intimidar e o presidente em sua live fala em nos integrar. Nos integrar a sociedade presidente? A que você nos oferece é a da guarda armada, a que queremos é a das terras demarcadas, da defesa da vida, do bem viver. Como sempre, seguiremos na resistência”.

 

Do247

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