Um estudo realizado pelo Instituto de Mudanças Climáticas da Universidade Nacional Australiana mostra que mudanças climáticas podem afetar a saúde mental das pessoas. Resultado: stress nos adultos e angústia nas crianças.
“Os danos causados pelas mudanças climáticas não são só físicos. O passado recente mostra que os eventos climáticos extremos trazem também sérios riscos para a saúde pública, inclusive a saúde mental e o bem-estar das comunidades”, destacou o estudo.
Ao comparar fenômenos climáticos, como secas e inundações observadas nos últimos anos em algumas regiões da Austrália, o estudo constata que “a comoção e o sofrimento provocados por um evento extremo pode persistir durante anos”. Segundo estimativas dos pesquisadores, uma em cada cinco pessoas seria afetada em comunidades atingidas pelas mudanças climáticas.
Segundo o instituto, o abuso de álcool pode ocorrer após eventos climáticos extremos. Alguns estudos inclusive estabelecem um vínculo entre ondas de calor, secas e taxas de suicídio mais elevadas. As crianças parecem particularmente vulneráveis à ansiedade e à insegurança geradas pela incapacidade dos adultos de lutar contra o desequilíbrio climático.
Embora haja vários estudos sobre os efeitos das mudanças climáticas em termos econômicos, existe uma lacuna sobre as “consequências das mudanças climáticas para o bem-estar e a saúde humana”, constatou Tony McMichael, professor de saúde pública da Universidade Nacional Australiana. “Este é um ponto cego sério, limita nossa visão de futuros possíveis e da necessidade de uma ação eficaz e urgente”.
(Com agência France-Presse)