A lista quente da Câmara

Publicado em: 28/03/2011

Como se diz, ano novo, vida nova. Essa é a manifestação costumeira na entrada de um novo ano. Muitas coisas realmente se renovam e outras persistem em se manter em estruturas obsoletas. Em 2010, tivemos eleições e com ela a oportunidade de renovar nossos gestores. Mas, graças à vontade do povo e ao poder econômico, limpo ou não, nosso time de representantes do Legislativo foi eleito.

Mandato novo, práticas velhas… Vários parlamentares foram reeleitos, aqueles que na opinião dos cidadãos realizaram um bom trabalho, dentro dos mais diversos interesses. Com isso, algumas dessas figuras carimbadas no mandato, ou já inseridas de alguma forma na política, trazem um histórico, que em alguns casos pode até ser chamado de bomba. Daquelas que explodem em cadeia…

Portanto diante das denúncias que têm surgido envolvendo o nome dos nossos deputados distritais, resumidamente, resolvemos explicar o teor das acusações feitas, até agora… Alguma coisa em comum?

Benedito Domingos (PP)

O deputado foi o primeiro no ano a ter representação encaminha em seu desfavor. Um dos motivos foi que a prestação de contas de sua campanha foi desaprovada, de forma unânime, pelo TREDF, e pelo Ministério Público Eleitoral. Além disso, segundo matéria do Correio Braziliense, Benedito foi indiciado pela Divisão Especial de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (Decap), da Polícia Civil, por formação de quadrilha, e por direcionar concorrências públicas para beneficiar empresas de familiares durante a gestão do ex-governador José Roberto Arruda. Na época, Benedito era distrital licenciado, e estava à frente da Administração Regional de Taguatinga.

Celina Leão (PNM)

O Correio Braziliense denunciou um esquema de corrupção na Administração Regional de Samambaia e na Câmara Legislativa, com o direcionamento de concorrências públicas para beneficiar empresas de parentes. Celina também foi denunciada pela contratação de funcionários fantasmas quando era chefe de gabinete de Jaqueline Roriz. Mais recentemente, o mesmo jornal, denunciou a deputada também por alocar irmãos, Antônio Abrão Hizim e Alcidino Júnior, para trabalhar em seu gabinete de forma “informal”, assim a prática não seria considerada nepotismo. Outros dois, Sandro de Moraes Vieira e Sílvio de Moraes Vieira, trabalham lá oficialmente.  

Chico Vigilante (PT)

O programa Fantástico apresentou matéria que denuncia a indústria das multas, por meio dos radares e lombadas eletrônicas, alegando que esta fatura R$2 bilhões por ano. As empresas citadas são Perkons e Engebrás, que instalam barreiras eletrônicas e pardais, respectivamente. A representação contra Chico está em nome de Estanley de Almeida Leite. A denúncia alega que na prestação de contas da campanha eleitoral de 2010, a Engebrás é uma das doadoras para a campanha do deputado.

Liliane Roriz (PRTB)

Em esquema também denunciado pelo Correio Braziliense, Liliane Roriz representou a filha, Barbara Maria Roriz, numa compra fictícia de dois apartamentos. Segundo o veículo, os imóveis são frutos de uma negociação na qual, o então governador Roriz autorizou uma operação de empréstimos no Banco de Brasília (BRB), para a construção dos dois edifícios. Em troca, teria recebido 12 apartamentos. Dois destes foram destinados para a neta Barbara. A parlamentar nega as acusações.

Chico Leite (PT)

O deputado foi denunciado pelo ex-governador José Roberto Arruda, como participante do esquema de corrupção revelado pela operação Caixa de Pandora. Segundo a denúncia, Chico Leite pediu dinheiro e apoio político para se candidatar ao Senado Federal nas eleições de 2010. Para se defender, Leite deu entrevista coletiva, na noite da quinta-feira (25), ele e negou a acusação e protocolou um pedido de investigação de sua própria vida na Câmara Legislativa. 

Raad Mansur (DEM)

O deputado teve pedido de cassação de seu diploma baseado na rejeição na prestação de contas de sua campanha pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE/DF). Segundo o próprio distrital, uma doação feita por um amigo empresário, no valor de R$ 35mil, foi rejeitada pelo fato da empresa ter menos de um ano, e este ser um critério na lei eleitoral para validar uma doação. Outro critério questionado em suas contas foi quanto à utilização de veículos na campanha que não seriam de sua propriedade. O deputado afirmou que as duas questões já estão sanadas perante o TRE. O dinheiro foi devolvido, e foi apresentada comprovação de propriedade dos veículos.

Alírio Neto (PPS)

Segundo informações do jornal Folha de São Paulo, o atual Secretário de Justiça do governo do Distrito Federal (pasta que ocupa pela segunda vez), e deputado distrital licenciado, Alírio Neto foi acusado de ter participação no esquema de corrupção conhecido como “mensalão do DEM”. Durval Barbosa, disse que fez repasses mensais de R$ 80 mil a Alírio. O policial aposentado Marcelo Toledo, que aparece em um dos vídeos gravados por Barbosa entregando dinheiro, seria o responsável por repassar a propina ao secretário. O secretário nega as acusações e afirma que elas têm motivação política.

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