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Renegada Marta, Kautsky de saia

Publicado em: 17/01/2024

César Fonseca – O PT, um dos partidos mais importantes do mundo, porque sua base é autêntica, ancorada na força do trabalho, que, historicamente, polariza com o capital e motiva todas as teorias e discussões sociológicas realizadas no passado, presente e futuro da revolução mundial, vive a inquietação da volta de Marta Suplicy à agremiação, depois de trocá-la pelo MDB, para ser vice de Guilherme Boulos, do PSOL, com aval do presidente Lula.

No capitalismo, o lado mais fraco é o do trabalho, a corda sempre arrebenta para o seu lado, e de tanto apanhar da burguesia, os petistas têm medo dela e, de alguma forma, buscam conviver com ela, conciliando com sua força.

É a velha história da esquerda em sua escalada espinhosa rumo ao poder, marcada por recuos, retrocessos e muitas frustrações, antes de chegar ao topo; e quando chega lá, já com as costas escalavradas pelos sofrimentos colhidos no caminho da luta, busca conciliação, não confrontação.

Nos países capitalistas desenvolvidos, a revolução sempre patinou, como na Alemanha, às vésperas da ascensão do fascismo, e tende a perdurar em tal situação, porque, no poder, a burguesia não titubeia em usar a força e a promoção da violência, para fazer valer seus interesses.

 

ALERTA LENINISTA

 

Lenin escreveu “A revolução proletária e o renegado Kautsky” para ilustrar como, nos países ricos, a classe trabalhadora, comprada pelo dinheiro burguês, dispõe de cúpula vendida, tendente à acomodação que atrasa a revolução.

O negócio deu certo, na União Soviética, com Lenin e Trotski e um poderoso partido comunista, Bolchevique, que formou sua base nos sovietes – maior organização política jamais criada no mundo –, porque a burguesia era relativamente fraca, sob monarquia parlamentarista corrupta até a alma.

O país carecia de indústria e convivia com o campo conservador, força política majoritária, o que talvez explique, também, a impotência dos trabalhadores brasileiros no país agrário, onde a desindustrialização é o cálculo capitalista para mantê-los desorganizados e desmobilizados, impotentes para encarar revolução que requer organização, disciplina e vontade revolucionária inquebrantável.

Quando o leninismo-trotskismo uniu camponeses e operários, nos soviets, as condições favoráveis se formaram para erguer o Estado Soviético, proletário.

O domínio do Estado pelos trabalhadores nacionalizou os bancos, tirando dos capitalistas sua força financeira, de controle e organização da sociedade, para acelerar as mudanças no campo econômico.

Abalado na primeira guerra mundial, o capitalismo internacional se uniu contra o Estado Soviético, vitorioso em 1917, e o rachou, depois da morte de Lenin.

O stalinismo, vencedor, abriu-se à conciliação com a burguesia e à radicalização contra os bolcheviques históricos, socialistas e leninistas, todos exterminados pelo guia genial dos povos, o bárbaro Stalin.

A visão marxista de Trotsky foi brilhante ao dizer que a conciliação de Stalin com a burguesia restauraria o capitalismo, o que acabou acontecendo no final dos anos 1980, com o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

A salvação da Rússia, atualmente, para escapar das garras do imperialismo americano, decorre do renascimento do nacionalismo russo, com Putin, que guarda resquícios longínquos do Estado socialista.

Por essa razão, a OTAN não cansa de armar-se para cutucar a Rússia com vara curta o tempo todo, como na guerra por procuração, na Ucrânia(2022), o que contribui para manter viva a lembrança do Estado soviético, pavor da burguesia internacional, embora Putin não seja socialista, mas nacionalista, na velha concepção nacional menos republicana do que monárquica.

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