Comunidade Científica Americana É Contra Museu Sediar Evento que homenageia Bolsonaro

Publicado em: 13/04/2019

Um evento programado para 14 de maio deste ano no Museu Nacional de História Natural dos Estados Unidos, em Nova Iorque, homenageando o presidente da República Jair Bolsonaro pode ser cancelado por conta de pressões feitas por museólogos, historiadores, acadêmicos, cientistas, ativistas e influencers brasileiros residentes nos Estados Unidos e cidadãos norte-americanos, através da mídia social, mas também de telefonemas e cartas dirigidas à instituição.

Os reclamantes consideram que o espaço de preservação do meio ambiente é incompatível com eventos que apoiem pessoas com o perfil do presidente brasileiro, e requerem que o evento seja cancelado naquele espaço.  Jair Bolsonaro é declaradamente contra as políticas globais do meio ambiente e desafiando o mundo com projetos de natureza escusas para a Amazônia.

As preocupações são que os projetos possam ter implicações profundas contra a biodiversidade, afete comunidades indígenas, agrave as mudanças climáticas  e comprometa a saúde futura do planeta. Em direção oposta, portanto, à natureza da instituição que conta com um profundo respeito da comunidade norte-americana e estrangeira.

Tudo começou quando um anúncio-convite da homenagem feito pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos sediada em Nova Iorque, passou a circular no Museu com a informação sobre o evento. Uma integrante do staff da instituição tweetou expressando a preocupação dela e também de outros funcionários sobre o anúncio-convite, e que agora ameaçam se demitir em massa caso o evento venha a ocorrer naquele espaço. A repercussão do Twitter foi imediata. Em menos de um minuto quase mil tweetes de protesto foram postados, desencadeando uma ação na comunidade acadêmica e científica norte-americana. O caso agora está sendo analisado pelo Conselho de diretoria do Museu.

O motivo da homenagem é reconhecer o presidente como o Homem do Ano do programa Fellowship da Câmara, prêmio a ser concedido pela Câmara Brazil-Estados Unidos de Nova Iorque em conjunto com o Instituto Ling e Leman Foundation.  O evento, uma espécie de black-tie, parece um anúncio semi-aberto e “vendável” ––isto é, participantes comprariam ingresso?–– porque  informa o número de telefone para contatos.

A lista de patrocinadores brasileiros e estrangeiros que homenageiam Bolsonaro são:  Patrocinadores principais: Maxima, Bank of America Merril Lynch, Bradesco, Bradesco BBI, HIGPactual, Citi Bank, Credit Suisse,  Febraban, Forbes,  HSBS, Itaú BBA, Safra National Bank of New York, Santander, UBS, Valor e XP Investimentos.  Patrocinadores Platinum: Bain & Company, Citrus Products, Cosan, First Data, FS, JP Morgan, Lide, Mattos Filho, Merril & Bank of America, Modal Mais, Money Report, Nelson Williams, Skadden e United Health Group.  Patrocinadores Golden: Cacique, Delta Bank, (ilegível), Modal, Morgan Stanley e São Martinho. Patrocinadores Silver: Amerra, BNP Paribas,  CMM, Datagro, DN, Mac hads (ilegível), Brazil (ilegível), Maringá Turismo, Mc Larty, Neoway, Nomura, Refinitiv, Sherman, S&D Sucden e Veritas. Parceiros Médios:  FT e Forbes. Assinam o convite Fellowship Partners, Lemman e um dos mesmos patrocinadores que aparecem de forma ilegível na lista silver.

Envie seu E-Mail ao Museu de História Natural de Nova York e proteste contra evento com a presença de Bolsonaro: communications@amnh.org ou hostanevent@amnh.org

International Press Committee (IPC) a Rede Defend Democracy in Brazil (RDD) Contatos: (EUA) Ana Alakija ana.alakija@gmail.com  l Ana Paula Vargas paula.vargas@gmail.com (Brazil) Simone de Moraes simonedemoraes2009@gmail.com  l Mery Bahia meryba2222@hotmail.com  (CA) Milla Gentil millagentil@yahoo.com    (Portugal) Maria Alice nareal.alice@gmail.com (Italia) Analu Alakija) analu.alakija@gmail.com

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