De Nova Iorque/Boston – A tradicional Union Square em Nova Iorque foi palco, nesse fim de semana, de um grande ato para celebrar a reta final de campanha do candidato Luís Ignácio Lula da Silva que concorre para o cargo de presidente da República no Brasil pela coligação de vários partidos e encabeçada pelo Partido dos Trabalhadores.
O ato teve a participação de brasileiros e brasileiras da cidade de Nova Iorque e das comunidades dos três estados que vão votar para presidente no próximo domingo, dia 2 de outubro, em seções eleitorais estabelecidas no estado novaiorquino: Flórida e os territórios de Porto Rico e das Ilhas Virgens Americanas.
Os Estados Unidos reúnem o maior número de brasileiros aptos a votarem fora do Brasil, quase 200 mil eleitores, e Nova Iorque, o maior número de eleitores inscritos, totalizando mais de 40 mil. Outras cidades que reúnem zonas eleitorais são Miami, Boston , Washington, Houston, Atlanta, San Francisco, Los Angeles, Chicago, e Hartford, seundo dados do TSE.
“Nosso ato foi um sucesso!”, postou o Comitê Popular de Lula de Nova Iorque no Instagram, publicando também fotos e vídeos. Vários grupos estiveram envolvidos no evento: DefendDemocracyinBrazil-New York, ComitêVozVoto, MulheresdaResistencia, o Comitê Popular do PT, Democrats Socialists of America International, Party for Socialism and Liberation e latino-americanos que vieram de países vizinhos, como da Argentina, e Colômbia.
O microfone foi aberto para a comunidade. Falaram membros da comunidade negra, LGBTQ+, do PT, da organização de mulheres, da juventude , representantes dos comitês Pro-Lula nos 3 estados, representantes do Comitê Pro-Lula do estado de Connecticut e de bairros da cidade de Nova Iorque.
No final, as pessoas cantaram em coro o jingle do “Lula lá” e posaram para fotos.
Campanha Lula
A Campanha para eleição de Luís Ignacio Lula da Silva começou timidamente em Nova Iorque com a distribuição de folhetos. Depois tomou fôlego na cidade e em outros estados, principalmente desde que o atual mandatário da Presidência da República, Jair Bolsonaro, pisou nos Estados Unidos para abrir a Assembleia Geral da ONU.
O presidente foi vaiado por manifestantes do comitê Pró-Lula na entrada do hotel em que se hospedou. Os manifestantes também gritavam palavras de ordem como “Genocida” e “Tchuchuca do Centrão” e portavam varias faixas com dizeres como “Next Stop Bangu 1″ (“Próxima parada Bangu”) e ” 51 imóveis com dinheiro vivo”.
Lula melhor para imigrantes
Tudo começou há algumas semanas atrás com alguns folhetos espalhados discretamente em pontos estratégicos de algumas cidades, como New York, Boston e em pequenas cidades como nos estados da Florida há algumas semanas.
Os folhetos não eram assinados, mas diziam que o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva foi o presidente que mais melhorou os serviços para imigrantes e a vida das famílias no Brasil.
Não coincidentemente, os folhetos apresentam 13 argumentos––o número do candidato Lula na urna nas eleições 2022–– para convencer o brasileiro residente nos EUA e regular com seu título de eleitor a votar na coligação de partidos que apoiam Luís Inácio Lula da Silva.
Dentre os argumentos pelo menos cinco são de interesse direto do imigrante, como a valorização e o uso da diplomacia no tempo do governo Lula para a defesa incondicional dos direitos humanos dos migrantes, incluindo negociação com o governo norte-americano de assistência a brasileiros indocumentados.
Nesse sentido o folheto mostra o contraste da situação atual, em que o atual presidente Jair Bolsonaro “permite que brasileiros sejam deportados algemados”.
Em outro trecho, o folheto diz que em 2009, “Lula sancionou a Lei abrindo caminho para legalização de milhares de imigrantes que assim como a gente aqui, buscam uma vida melhor no Brasil; Bolsonaro fechou os “ wellcome centers” que acolhiam imigrantes com ajuda social, e praticamente acabou com o direito a asilo e imigracao.”
De acordo com a enfermeira, comunicadora social e ativista Myriam Marques, baseada em Nova Iorque, o Comitê Pro-Lula surgiu de um movimento chamado “Muda Brasil”. O movimento foi iniciado esse ano reunindo diversos grupos em torno de uma campanha para registro eleitoral e na perspectiva de fazer o país retomar seu eixo democrático.
Embora oficialmente os Consulados reconheçam que houve um aumento de 14% no número de eleitores do maior colégio eleitoral do exterior em relação às eleições de 2018, o Comitê Popular de Lula informa que esse número de registro de eleitores aumentou em 32% em Nova Iorque.
Com o sucesso do registro de eleitores, o movimento terminou se transformando em comitês populares de apoio à coligação encabeçada pelo candidato do PT, Luis Ignacio Lula da Silva, “por reunir maiores condições de reconduzir o país à democracia.”
