As tarifas do transporte coletivo do Distrito Federal permanecerão sem reajuste até o final do ano que vem, afirmou nesta quarta (19) o governador Agnelo Queiroz em entrevista a uma emissora de TV “Vamos manter o preço atual. (…) Não terá aumento aqui no DF”, disse. Nesta quarta (19), estudantes organizam uma manifestação na rodoviária do Plano Piloto em defesa do passe livre.
No DF, a tarifa de ônibus custa, na maior parte das linhas, R$ 2 e recentemente foi encerrado o processo de licitação e contratação de empresas para a renovação da frota de ônibus da capital. “Conseguimos fazer a licitação com esse preço. Ele será mantido. Quando tiver remuneração, será a remuneração dos permissionários do transporte. Então é remuneração técnica, não do aumento da passagem”, disse o governador.
O GDF tem orçamento de R$ 905 milhões para o transporte público em 2013, segundo o vice-governador do DF, Tadeu Filippelli. Segundo ele, a isenção do PIS/Cofins das tarifas de transporte, anunciada pelo governo federal no mês passado, proporcionariam uma economia mensal de R$ 33 milhões aos cofres do DF. No metrô, a economia poderia chegar a R$ 5 milhões.
Copa Para Quem? – Na entrevista, o governador disse apoiar as manifestações e que “protesto aqui é rotina, é quase diário. Isso aqui é a capital da democracia”, afirmou. Não parece ter sido esta a mesma opinião de Agnelo com relação aos protestos de sexta (14) e sábado (15), em que o movimento “Copa Pra Quem?” protestou contra os altos gastos e contra a violação de direitos humanos na preparação dos grandes eventos esportivos e ele disse que os manifestantes foram pagos para aquilo.
O resultado é que manifestantes foram presos, alguns estão sendo investigados e devem ser indiciados por “crime de incêndio”. O movimento é acusado de pagar R$ 30 para cada participante do protesto e o Secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, diz que quer chegar até a pessoa que encabeça os pagamentos. Os envolvidos podem ser enquadrados por crime de incêndio, art. 250 do código penal, e pegar de três a seis anos de detenção sem direito a fiança.
Segundo relatos de integrantes do Movimento de Trabalhadores Sem Teto (MTST) via facebook, que fizeram parte da organização do protesto de sexta (14), o motorista do caminhão que transportou os pneus foi abordado em casa por volta das 17h “de maneira violenta, com policiais apontando armas para sua cabeça, seus netos ficaram aterrorizados. Ele já foi liberado, mas os outros ainda estão sendo interrogados. Não foi dada nenhuma informação à sua família que estava do lado de fora o aguardando”. O movimento chegou a classificar a Polícia Militar como uma “milícia a serviço da FIFA [Federação Internacional de Futebol].
Duas integrantes do MTST foram presas. Apoliane Costa dos Santos e Eduarda Maria da Conceição são acusadas de dano ao patrimônio público, e se não pagarem fiança, serão encaminhadas à Colméia. Também deve prestar esclarecimento Gabriel Santos Elias, do movimento "Copa para quem?". A polícia investiga se ele teria ligação com o “incêndio”. A polícia estaria à procura de mais envolvidos em outros endereços, como Ceilândia e cidades do entorno, como Santo Antônio do Descoberto e Formosa.