Polícia do DF diz que vai atuar para identificar vândalos em protestos hoje (20)

Publicado em: 20/06/2013

Segundo o coordenador-diretor de operações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Coronel Lobo, responsável por chefiar as operações da corporação no DF, a polícia irá realizar um monitoramento, com recursos próprios e com a ajuda da imprensa, para identificar “baderneiros” entre os manifestantes que preparam protesto para esta quinta (20), no Congresso Nacional. A PMDF informou que vai fazer um bloqueio no Eixo Monumental, na Esplanada dos Ministérios, para evitar que manifestantes possam ir até o Congresso Nacional, mas não informou o horário nem o ponto onde vai haver a interdição. 

Na última segunda (17) manifestantes conseguiram furar o bloqueio policial e ocuparam a marquise superior do Congresso Nacional, onde ficam as cúpulas do Senado e da Câmara. Na noite desta quarta (19), a PM montou um cordão de isolamento na Avenida dos Estados, que corta as vias N1 e S1 do Eixo Monumental, na altura do Palácio do Itamaraty e impediu manifestantes, que participavam do protesto pelo passe livre no DF de chegar ao prédio do Legislativo.

 

Duas manifestações estão previstas para a tarde desta quinta (20) em Brasília: uma com início às 16h contra o reajuste de tarifas do transporte coletivo em todo o país, com concentração na Rodoviária do Plano Piloto, e outra às 17h, convocada pelo movimento Acorda, Brasília, que deve ter início no Museu da República.

 

A Polícia Militar calcula que deve usar o mesmo efetivo da segunda (17), com 400 policiais, para atuar nesse novo protesto. Segundo a PMDF, o efetivo utilizado nas manifestações varia de acordo com o número de pessoas que estiverem no movimento. É realizada uma previsão sobre o número de manifestantes e desta forma é definido o quantitativo de militares que, segundo Lobo, ficam posicionados para garantir o direito de reivindicação das pessoas. “Os policiais estarão no local para garantir a convivência harmônica de grupos que estejam presentes no protesto”, disse.

 

Recomendações – Segundo um dos organizadores do movimento “Acorda Brasília”, os próprios manifestantes mostraram insatisfação com atos de vandalismo realizados no protesto dessa segunda (17).

 

O coronel Lobo também diz que irá contar com a ajuda do próprio movimento, que poderá apontar os responsáveis pelos transtornos. Para ele, pode-se observar a presença de um pequeno número de pessoas que não estão compartilhando do pensamento dos movimentos e vão às ruas apenas para promover atos violentos. As polícias Militar e Civil irão identificar essas pessoas e garantir o direito dos manifestantes de protestar.

 

Pelo Facebook, circula a seguinte recomendação para os manifestantes pacíficos: “Galera que vai participar da manifestação por todo o Brasil….. Segue uma ideia baseada nas manifestações na Argentina: quando os vândalos começavam a quebrar tudo, os verdadeiros manifestantes se sentavam, assim facilitava a ação da polícia para reprimir e prender os culpados por esses tipos de ações mesquinhas. Podemos usar isso como ação na nossa manifestação, pois queremos uma cidade melhor e não uma cidade destruída”.

 

Acorda Brasília – O movimento Acorda Brasília se diz apartidário e diz que os principais objetivos do ato são: cobrar uma investigação e explicação sobre os gastos com os eventos esportivos que o Brasil irá sediar; melhorias nos setores de educação; transporte e saúde; e a não aprovação das Propostas de Emenda Constitucional 33 e 37. A tarifa do transporte público também é apontado como motivo para o protesto.

 

A intenção é promover a união entre às diversas manifestações que estão sendo realizadas na capital federal, independente das reivindicações. Para um dos organizadores, os movimentos que estão sendo realizados em todo o País representam a insatisfação da população, que está cansada da corrupção existente no Brasil.

 

Tarifa zero – Nesta quarta (19) representantes do Movimento Passe Livre (MPL) do Distrito Federal se reuniram com o GDF, para discutir a proposta do passe livre e a circulação noturna dos ônibus no Distrito Federal. De acordo com a Secretaria de Transportes do DF, a implantação do sistema de passe livre no DF implicaria em um investimento de R$ 134 milhões por mês. Uma nova reunião para discutir a proposta do movimento foi marcada para a próxima semana. Segundo o secretário de Transporte, José Walter Vazquez Filho, o governo não acredita que é viável, mas também não vê como impossível.  

 

Após o encontro no Palácio do Buriti, o secretário de Governo, Gustavo Ponce de Leon, disse que o GDF vai analisar e comparar as experiências sobre o passe livre que já existem em algumas cidades do Brasil e no exterior. “O compromisso é de construir essa proposta e verificar os horizontes disso que parece uma coisa impossível, um sonho que a gente considera possível. É uma questão de uma opção a ser construída na sociedade como um todo. Quem sabe consigamos transformar isso em realidade no Distrito Federal”, disse Leon.

 

De acordo com a antropóloga Leila Silveira, uma das representantes do movimento, a reunião foi importante para a discussão. “Existe uma disponibilidade de diálogo e o que a gente quer é que esse diálogo se transforme em medidas práticas para que o transporte seja de fato visto como um direito. A gente acredita que a pressão popular pode mudar as coisas. Nós vamos continuar nas ruas”, disse ela, completando que a proposta do projeto de lei entregue nesta quarta ao governo está em elaboração e foi feita junto com o MPL de São Paulo e adaptado para o modelo de transporte de Brasília.

 

O GDF informou ainda que a reivindicação de transporte noturno já está prevista no programa de licitação do transporte público que estará totalmente implantado até o final de dezembro deste ano. Segundo o governador Agnelo Queiroz, até dezembro de 2014 não haverá reajuste de tarifas no DF.

Artigos relacionados