Nesta quinta (28) uma equipe da Gerência de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF) irá ao Aeroporto Internacional de Brasília para conscientizar e alertar o maior número de pessoas sobre a incidência do crime. A blitz educativa, deve aproveitar o intenso movimento no Aeroporto, por conta da véspera do feriado da Semana Santa, para distribuir panfletos explicativos, das 7:00 às 11:00 e das 16:00 às 20:00.
Segundo a gerente de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas da Sejus, Marta Helena Santos, a falta de denúncias representa um problema. “A população não denuncia por medo, e a vítima às vezes não entende que está sendo explorada por organizações criminosas e, quando sabe, tem medo de denunciar”, ressalta. De acordo com Marta, a maioria das pessoas acaba aceitando o aliciamento pela vulnerabilidade financeira. Enxergam na proposta do crime uma oportunidade de trabalho.
Exploração sexual – A gerente especifica ainda que, muitas vezes, os aliciadores oferecem a prostituição internacional para pessoas que já trabalham como profissionais do sexo, porém, a maior parte das vítimas aceita sem saber da exploração sexual. “Algumas sabem com o que estarão lidando, mas não sabem que ao chegar ao destino, terão o seu direito de ir e vir interrompido, sofrerão ameaças e agressões”, frisa.
Durante o lançamento do II Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, em fevereiro de 2013, os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Eleonora Menicucci (Políticas para as Mulheres) e Maria do Rosário (Direitos Humanos) falaram sobre a importância da participação da sociedade no enfrentamento ao tráfico de pessoas, por meio de denúncias anônimas pelo Disque 100 e Disque 180.
Números – De acordo com levantamento realizado no final do ano passado pela Secretaria Nacional de Justiça, em conjunto com o Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crimes (UNODC), a cada cinco dias, uma vítima é alvo deste tipo de crime no Brasil — seja para o tráfico interno ou externo. A maioria é explorada sexualmente, predominantemente, jovens mulatas e negras.
Dados do primeiro relatório com a consolidação das informações existentes sobre o Tráfico de Pessoas no Brasil demonstram que entre 2005 e 2011 a Polícia Federal (PF) registrou 157 inquéritos por tráfico internacional de pessoas para fins de exploração sexual, enquanto que o Poder Judiciário, segundo o Conselho Nacional de Justiça, teve 91 processos distribuídos.
Foram instaurados ainda no total 514 inquéritos pela Polícia Federal entre 2005 e 2011, dos quais 13 de tráfico interno de pessoas e 344 de trabalho escravo. O documento, divulgado em fevereiro de 2013, foi elaborado pela Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça (SNJ/MJ), em parceria com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).
As informações são da Agência Brasília.