Nesta quarta (09) o secretário-adjunto de Saúde do Distrito Federal, Elias Miziara informou que a sindicância interna que a Secretaria abriu para apurar faltas de médicos no plantão do último domingo (06) em cinco hospitais públicos apontou que, entre as ausências há casos injustificáveis. Para Câmara em Pauta, a constatação não foi nenhuma novidade, devido a denúncias antigas e recentes de faltas. Também nesta quarta (09), foi publicada no Diário Oficial do DF a nomeação de 96 médicos.
Em entrevista ao vivo no jornal de meio dia da afiliada da TV Globo, Miziara destacou o fato de que os hospitais do DF recebem moradores do Entorno, o que segundo ele, contribui para a superlotação. Segundo o próprio DFTV, nesta quarta (09) no Hospital de Ceilândia havia muitos moradores de Águas Lindas de Goiás e em Santo Antônio do Descoberto, a prefeitura do município tem duas ambulâncias e um carro do Samu e ambos fazem o transporte dos pacientes para o DF. Os detalhes da investigação ainda não foram divulgados. “As conclusões serão feitas no devido prazo da lei, quando poderemos anunciar e publicar”, afirmou Miziara.
MP – Após a questão ter sido levantada pela imprensa, nesta terça (08) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) solicitou informações a diretores de unidades públicas de saúde e à Secretaria de Saúde a respeito da falta de médicos desde o último fim de semana. O MPDFT quer dados sobre possíveis registros de ocorrência de pacientes não atendidos nas delegacias do Gama, Santa Maria, Ceilândia, Taguatinga e Recanto das Emas, onde o ministério identificou mais problemas.
Segundo o promotor Diaulas Ribeiro, a investigação sobre a falta de médicos vai apurar inicialmente se houve responsabilidade individual dos médicos, contudo ele afirma que também é difícil eximir o Estado de falha na gestão.
Nota da redação – Câmara em Pauta já havia apontado alguns casos de denúncias anteriores de faltas sem justificativa e indícios de fraude em horas extra, apontados por auditoria da Secretaria de Transparência. Desde então, a secretaria vem discutindo a instalação do ponto eletrônico para o registro de frequência nas unidades de saúde, mas a categoria foi à justiça para ter o “direito de não registrar frequência”.
Segundo a Secretaria de Saúde, até o fim de março o sistema começa a funcionar no Hospital de Base. Em seguida, o ponto eletrônico será instalado no Hospital Regional da Asa Norte e no Hospital Materno Infantil de Brasília. De acordo com a Secretaria de Saúde, 47 servidores da Saúde sofreram punições entre 2011 e 2012. Desse total, 16 médicos foram demitidos e outros três levaram suspensão por faltas injustificadas e descumprimento de carga horária.
Também registramos que a intenção deste Portal é apenas de levantar todos os pontos desta mesma questão e não eximimos nem a classe médica nem a Secretaria de Saúde de terem corroborado com a existência do problema, que não existe apenas desde o último fim de semana.
Também não vamos nos furtar em registrar os contornos de campanha eleitoral antecipada, já que o PSDB do DF não tardou em lançar nota de repúdio classificando o episódio como a maior crise da saúde no DF, o que não se justifica diante de outras situações como abertura emergencial de "hospital de campanha", interdição de unidades, decretação de situação de emergência, dentre outros problemas já vivenciados. Mais importante que apontar os culpados é encontrar soluções. A população agradece.