Operação Calouro: pelo menos 60 tentaram se beneficiar no DF

Publicado em: 13/12/2012

De acordo com informações de Leonardo Damasceno, delegado-chefe da operação Calouro da Polícia Federal, pelo menos 60 estudantes tentaram se beneficiar com o esquema de fraude em três vestibulares de medicina das Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central (Faciplac) no Distrito Federal, entre outubro de 2011 e novembro deste ano. Dos 70 mandados de prisão emitidos pela Justiça, cinco foram no DF. Quatro pessoas haviam sido presas até o início da tarde desta quarta (12). 

Segundo Damasceno, antes da operação, cinco quadrilhas já tinham sofrido repressão da polícia por fraudes em vestibulares anteriores, mas continuaram atuando porque os líderes não chegaram a ser condenados. Entre 60 e 70 pessoas também já haviam sido presas, mas continuaram atuando nos esquemas após a soltura, contou o delegado.

 

A operação cumpriu mandados em Goiás, Mato Grosso, Rondônia, Bahia, Rio Grande do Sul, São Paulo, Espírito Santo, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pará e Distrito Federal. Segundo informações da PF, a estimativa é de que pelo menos 30 unidades particulares de ensino superior foram afetadas em todo o Brasil pelas fraudes. “Essas quadrilhas investigadas não atuavam nas universidades federais devido ao Enem, uma seleção muito maior e com mais restrições no momento das provas", explicou o delegado.

 

O esquema – Damasceno explica que o esquema funcionava de duas maneiras: ou de forma simples, quando uma pessoa envolvida na quadrilha – geralmente alunos de medicina, com boas notas na faculdade – fazia a prova no lugar do verdadeiro candidato com documentos falsificados. Numa modalidade mais complexa, um membro da quadrilha, denominado de “piloto”, fazia a prova rapidamente e saía da sala para repassar as respostas. Geralmente eram alunos de medicina.

 

Fora da sala, de posse do gabarito, ele conferia o resultado e passava as informações por meio de uma escuta eletrônica ou por celular para o candidato. Antes da prova, os candidatos que contratavam os serviços das quadrilhas eram treinados para que soubessem como agir no momento de receber as respostas.

 

A Polícia Federal comunicará às faculdades os nomes dos candidatos que foram identificados durante as investigações. “Esses alunos não possuem um vínculo permanente com a quadrilha. Nós faremos uma notificação à Justiça para que seja comunicado oficialmente e, então, sejam excluídos da instituição os candidatos que conseguiram lograr êxito em passar em uma ou outra instituição”, afirmou o delegado.

 

Os detidos responderão a inquérito pelos crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica, falsificação de documento, uso de documento falso e lavagem de dinheiro, segundo a Polícia Federal.

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