O Ministério da Educação (MEC) publicou na edição desta quarta-feira (19) do Diário Oficial da União uma relação de cursos de nível superior que terão o vestibular suspenso por ter obtido índice insatisfatório no Conceito Preliminar de Curso (CPC) nas últimas medições realizadas, em 2008 e 2011. No Distrito Federal, quatro cursos de quatro instituições entraram na lista.
Foram suspensos os vestibulares dos cursos de análise e desenvolvimento de sistemas, do Instituto de Ciências Exatas (Uneb); o de engenharia da computação, do Centro Universitário de Brasília (Uniceub); pedagogia, da Faculdade Fortium; e letras – português, do Instituto de Educação e Ensino Superior de Samambaia (Iesa). Em nota, a Uneb disse que vai entrar em contato com os inscritos no vestibular. Já a Uniceub informou que vai recorrer da decisão e que oferece ensino de qualidade. A Iesa afirma que vai pedir uma reavaliação, porque teria feito as melhorias. A Fortium não se pronunciou, até o fechamento desta reportagem.
UnB – Os cursos de licenciatura em letras, letras – português, letras –espanhol, letras – japonês e engenharia mecatrônica da Universidade de Brasília (UnB) tiveram desempenho insatisfatório na avaliação de 2011 (índice 2). Segundo o MEC, o mau desempenho nesses casos não suspende os vestibulares para esses cursos, mas é uma alerta e, caso as notas baixas se repitam na próxima avaliação, em 2014, novas seleções para esses cursos podem ser barradas pelo ministério.
Mauro Rabelo, decano de ensino e graduação da UnB afirmou que a universidade vai recorrer das avaliações. Segundo ele, no caso do curso de engenharia mecatrônica, não houve avaliação correta do número de professores do curso e que, ao contrário do que consta na planilha do ministério, que o curso não tem nenhum docente, a UnB conta com 30 professores contratados em regime de dedicação exclusiva e tem como comprovar.
Rabelo disse ainda que, com relação aos cursos de letras, os alunos tiveram de fazer a prova com especialidade em língua portuguesa e isso fez com que o desempenho fosse fraco. A universidade afirmou ainda que vai pedir a visita in loco da comissão de avaliadores para confirmar a qualidade dos cursos.
Lista MEC – A lista com os nomes das instituições e dos cursos com problemas tem 200 cursos e está dividida em duas partes. Na primeira estão cursos que apresentaram tendência negativa, ou seja, já tinham tido desempenho ruim em 2008 e não evoluíram ou regrediram ainda mais em 2011 e são nestes casos que as instituições não poderão realizar novos processos seletivos para estes cursos em 2013, mesmo que cumpram as exigências estabelecidas no protocolo de compromisso.
Outras instituições apresentaram tendência positiva, e apesar de ainda terem desempenho insuficiente tiveram evoluções e, se resolverem as pendências detectadas pelo Ministério da Educação e forem bem avaliadas pela comissão que fará relatórios bimestrais sobre as melhorias, podem reverter a situação e ter o vestibular autorizado.
CPC – A avaliação feita através do CPC considera três critérios: o desempenho dos estudantes, que conta 55% do total; a infraestrutura, que representa 15%; e o corpo docente, que equivale a 30%, sendo que neste último item, a quantidade de mestres pesa 15% e a dedicação integral e o número de doutores pesam 7,5% cada.
Em 2011, foram avaliados 8.665 cursos, sendo 6.083 do sistema federal de ensino, das áreas de ciências exatas, licenciaturas e áreas afins, bem como cursos dos eixos tecnológicos de controle e processos industriais, informação e comunicação, infraestrutura e produção industrial. Do total, 4.458 tiveram CPC satisfatório, sendo 1.272 federais e 3.186 particulares. Dos cursos avaliados, 672 tiveram CPC insatisfatório, sendo 124 federais e 548 particulares. Outros 1.114 cursos ficaram sem conceito.