O jovem de Goiânia que levava vida de luxo e requinte aplicando golpes com cartões corporativos, preso no dia 27 de setembro pela Polícia Civil do Distrito Federal, após usar cartões fraudados no Hotel Meliá Brasil 21 em Brasília, foi condenado por estelionato e vai prestar serviços a comunidade do Distrito Federal e terá de pagar uma multa de R$ 500. O nome do jovem de 21 anos não foi divulgado. Somente suas iniciais: D.A.L.S.
Somente no hotel em que estava hospedado em Brasília, ele gastou mais de R$ 12 mil em serviços. A polícia descobriu que os cartões corporativos eram clonados de empresas do Brasil e dos Estados Unidos e a suspeita é de que ele tenha dado um prejuízo de mais de US$ 10 milhões.
O golpe de que ele é acusado era praticado exclusivamente pela internet. O suspeito se formou em Tecnologia da Informação na Pensilvânia, nos Estados Unidos e, teria utilizado os conhecimentos adquiridos para roubar dados de várias empresas. Segundo a polícia, foram, pelo menos, 450 empresas lesadas com o golpe do estelionatário.
Prisão – D.A.L.S. tinha três passagens pela polícia e atuaria com sete amigos, com quem teria criado uma empresa fictícia em 2010, com uma suposta sede nos EUA. O golpe funcionou durante algum tempo, mas ao chegar a Brasília e ter gastos excessivos, o rapaz logo levantou suspeita da direção do hotel. A polícia foi acionada pela gerência, após ele pedir a transferência de quarto, passando de uma suíte cinco estrelas para uma presidencial, com diária de R$ 8 mil.
A direção do hotel acionou a polícia que começou a investigar o rapaz e descobriu que os gastos no hotel foram pagos com o cartão de uma empresa americana, que tem filial em São Paulo, mas que não reconhecia o rapaz como funcionário e nem assumiu a autoria das compras.
O golpe – Ele comprava os números dos cartões corporativos pela internet e usava, em seguida, para pagar contas, fazer reserva de viagens e hotéis e comprar produtos caros. Para não levantar suspeitas, o rapaz usava o nome de uma empresa falsa, que teria sede nos Estados Unidos.
Ele usava cartões de crédito corporativos, com bandeira internacional, para pagar despesas de luxo e as transações eram feitas todas pela internet. “São cartões corporativos virtuais. Eles, na verdade, não têm essa forma física. Na verdade, é uma autorização que existe para as despesas. Eram cartões de empresas alheias. Ele chegou a relatar que fretou um jato da cidade de Londres a Nova York pelo preço de US$ 40 mil”, relatou o delegado Aílton Rodrigues, que acompanhou o caso.
De acordo com a investigação, após o cartão ser usado, o grupo rastreava a troca de informações e roubava os números de identificação e o código de segurança e armazenava os dados. A quadrilha criou uma companhia fictícia, com suposta sede nos Estados Unidos e o rapaz enviava uma solicitação pela internet, fazendo o pedido de reserva, com o número do cartão. “O que chama atenção é que ele colocava um telefone dessa empresa. Se fosse realizada uma consulta por parte do hotel, por exemplo, essa ligação ia direto para o computador dele. Ele mesmo atendia a ligação”, explica o delegado.