Forum Permanente de ONG’s denuncia falta de investimento do GDF no combate à AIDS

Publicado em: 01/12/2012

O dia 1º de dezembro é o Dia Mundial de Luta contra a AIDS e para lembrar a data em 2012 no Distrito Federal, Organizações Não Governamentais (ONG’s) que trabalham diretamente com a população que vive com a doença, através do Fórum Permanente das ONGs de AIDS da cidade denuncia a falta de políticas de assistência por parte do governo.

Segundo a entidade, o GDF não utiliza o dinheiro repassado pelo Ministério da Saúde que deveria ser empregado em ações de prevenção à doença e de inclusão das pessoas que têm AIDS. Outra denuncia feita é sobre o Programa de AIDS no DF, que segundo o Fórum, funciona de forma precária e a prestação de serviços está deteriorada.

 

Denúncias – De acordo com Thania Arruda, representante do Fórum, o dinheiro fica parado nos cofres do governo. “Tem a verba, que é um recurso federal, carimbado para essas ações, e fica literalmente parado em caixa, não se vê nenhuma ação. A gente não vê campanha de prevenção, nem com populações mais vulneráveis nem com a população em geral”, afirma. Ela alega ainda que os recursos deveriam ser usados para promover campanhas de prevenção nas escolas e junto ao público que fica mais exposto à doença, como usuários de drogas e garotas de programa.

 

O GDF nega as acusações e afirma que o dinheiro destinado para as ações de combate à AIDS está sendo corretamente utilizado. Segundo a Secretaria de Saúde, são repassados, todos os anos, R$ 1,6 milhão do Ministério da Saúde, divididos em três parcelas. Este ano, o governo gastou R$ 192 mil com a reforma do Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) da Rodoviária do Plano Piloto, no centro da cidade. Além disso, o governo alega que todos os meses compra 1,3 milhão de camisinhas para distribuir gratuitamente para a população.

 

Aumento – Segundo levantamento recente, o número de casos de AIDS no DF cresceu 51% entre 2001 e 2011 em um ritmo de crescimento muito maior que o registrado nacionalmente, que foi de 28% no mesmo período. De acordo com números do Ministério da Saúde, foram registrados 338 casos de Aids no DF em 2001 e o número passou para 510 em 2011.

 

O grupo que mais preocupa o governo atualmente são os homens que fazem sexo com homens, que segundo as estatísticas correspondem a 10% das pessoas contaminadas.

 

Os números estão no Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado no último dia 20. Entre as 27 capitais, Brasília aparece como a 25ª colocada, com incidência de 19,5 portadores do vírus HIV em cada 100 mil habitantes. Dos 530 mil portadores em nível nacional, a prevalência do HIV é maior em homens com idade entre 15 a 49 anos, sendo que a proporção é de 15 homens para cada 10 mulheres infectadas.

 

O estudo tem como base o ano de 2010 e mostra ainda o aumento da cobertura do teste entre as gestantes, que em 2006 era de 60% e em 2010 chegou a 80%. Apesar de as mulheres serem infectadas em menor proporção ao se cuidarem melhor ao fazerem sexo protegido e realizarem o teste durante o pré-natal, mesmo assim 13 mil novos casos são registrados ao ano.

 

Programação – O Dia Mundial de Luta contra a AIDS no DF será comemorado com o lançamento da campanha “Não fique na dúvida, fique sabendo”, uma parceria entre a Secretaria de Estado da Mulher, a Secretaria de Saúde do DF, a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), o Ministério da Saúde e a Embaixada dos Estados Unidos.

 

A campanha quer incentivar o diagnóstico precoce do HIV e das hepatites virais. Entre as ações, está prevista uma caminhada, a realização de enquete sobre o uso da camisinha feminina e teste rápido no quiosque do Atleta do Parque da Cidade, das 9 horas ao meio dia.Para reforço da proteção entre as mulheres, o Ministério da Saúde adquiriu 20 milhões de preservativos femininos e a Secretaria de Estado da Mulher, com a preocupação de contribuir para a diminuição dos casos no Distrito Federal, realizará uma enquete para medir o grau de conhecimento e satisfação da camisinha feminina neste 1º de dezembro.

 

Uma equipe com 10 servidoras aplicará um questionário com 180 mulheres, usuárias ou não, que ganharão um preservativo e ainda terão a oportunidade de fazer o teste rápido na unidade móvel instalada ao lado do Quiosque do Atleta do Parque da Cidade.

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