A Polícia do Distrito Federal prendeu nesta quarta (14) Wagner de Souza Ferreira, agente penitenciário acusado de envolvimento em suposto esquema de desvio de verbas na Fundação de Amparo à Pesquisa do DF (FAP-DF). Os policiais tentam ainda cumprir um mandado de prisão contra um procurador da por envolvimento no desvio de verbas da entidade, que está foragido. Na segunda (12) agentes da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado do Distrito Federal (Deco) prenderam seis pessoas suspeitas de envolvimento em fraudes de pelo menos R$ 6 milhões em licitações da FAP.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Henry Lopes, o policial preso “vendia” facilidades para os integrantes da quadrilha, dizendo que acobertaria ou dificultaria eventuais investigações do grupo. Sua atuação teria lhe rendido duas bolsas de pesquisa repassadas para a irmã e para a filha, ambas de R$ 4 mil mensais. Já o procurador da FAP dava suporte jurídico ao grupo, indicando brechas na legislação que poderiam facilitar a atuação da quadrilha no desvio de verbas.
De acordo com o delegado, o grupo preparava um projeto de inclusão digital, avaliado em R$ 40 milhões, que seria lançado para desvio de recursos. Uma das licitações sob suspeita de irregularidades também trata de inclusão digital, com a criação de pontos de acesso à internet. De acordo com as investigações da operação Firewall, a FAP-DF firmou contratos sem obedecer à lei de licitações e sem a comprovação de prestação do serviço combinado.
O prejuízo de R$ 6 milhões calculado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público se refere aos pagamentos já efetuados, mas o débito deve chegar aos R$ 9 milhões. Segundo o delegado, os editais não obedeciam requisitos mínimos, além de haver falhas no processo, pagamento de serviços não prestados, antecipação de pagamentos, falta de detalhamento nas planilhas e ausência de prestação de serviços. Se as pessoas presas forem condenadas, podem pegar até dez anos de prisão.