Oitocentas famílias do Movimento dos trabalhadores Sem Terra (MST) e do Movimento de Apoio aos Trabalhadores Rurais (MATR) do Distrito Federal e Entorno ocuparam nesta quarta (22), uma propriedade rural, apontada pela Polícia Federal como pertencente ao contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A fazenda Gama fica nas proximidades do Catetinho, em Santa Maria, a 26 quilômetros de Brasília.
De acordo com as investigações da PF na Operação Monte Carlo, Cachoeira teria pago R$ 2 milhões pela área e pretendia construir uma pista de pouso e decolagens na fazenda. Gravações de telefonemas autorizadas pela justiça indicam que o bicheiro teria pago propina para regularizar a propriedade, que fica em área de proteção ambiental e seria terra pública. Por causa das investigações, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) afastou um funcionário suspeito de ajudar Cachoeira a regularizar as terras.
Reforma agrária – De acordo com Viviane Moreira, a assessora de imprensa do MST, os manifestantes que ocupam a fazenda são os mesmos que participaram do "Grito pela terra", passeata em defesa da reforma agrária nesta quarta (22), na Esplanada dos Ministérios e a intenção da ocupação é pressionar para que o debate sobre a reforma agrária chegue ao governo do DF. “A Fazenda Gama tem indícios de grilagem. Se a terra é pública, esperamos que governo destine para reforma agrária. A terra está abandonada, só tem capim seco. Por que não fazer assentamento destinado a trabalhadores que vão fornecer alimentos à sociedade?”, questiona.
