Operação Jackpot – Cachoeira comanda quadrilha de dentro da prisão

Publicado em: 24/08/2012

Na manhã desta sexta (24) a Polícia Civil do Distrito Federal cumpre cinco mandados de prisão contra suspeitos de integrar uma quadrilha que mantinha casas de bingo e explorava o jogo ilegal na capital federal, na Operação Jackpot, mais um desdobramento da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. 

A polícia também cumpre treze mandados de busca e apreensão na casa de suspeitos e em endereços onde funcionavam as casas de jogos. Sudoeste, bairro nobre de Brasília, Gama, Samambaia, Ceilândia e Jardim Botânico, regiões administrativas do DF, além do Plano Piloto, área central da capital federal. 

De acordo com as investigações, os suspeitos têm relações com o esquema do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso em fevereiro pela PF. Até as 10h, três pessoas já haviam sido presas: Raimundo Washington de Sousa Queiroga (foto), Otoni Olímpio Júnior e Bruno Gleidison Soares Barbosa. Antônio José Sampaio Naziozeno e Edvaldo Ferreira Lemos continuam foragidos, mas a polícia espera prendê-los ao longo do dia. As ordens judiciais foram expedidas pelo juiz Robert Kirchhoff Berguerand de Melo, da 7ª Vara Criminal de Brasília. Os mandados de prisão são temporários e valem por cinco dias. 

Deco – De acordo com Henry Lopes, delegado responsável pela Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado (Deco), a quadrilha agia de forma articulada. “Eles faturavam alto com esses jogos de azar. Pelo menos R$ 10 mil por dia, certamente. Fizemos uma operação no Gama no dia 07 de agosto e apreendemos 14 máquinas caça-níqueis. Invadimos o local no começo da noite, não eram nem 19h, e encontramos R$ 5 mil no caixa”, afirmou explicando que o valor pode ser muito maior porque casas de jogos costumam abrir no fim do dia e normalmente encerram as atividades no começo da manhã. 

co mandados de prisão cumpridos na Operação Jackpot, três são contra suspeitos presos durante a operação Monte Carlo e liberados em seguida. A Polícia informou que há indícios de que o mesmo grupo que agia no entorno do Distrito Federal e foi desbaratado na Monte Carlo, comandava o esquema dentro do DF. As informações são de que o grupo agia no DF há pelo menos seis meses, com uma clientela cativa de jogadores, dispostos a gastar até R$ 37 mil nos caça-níqueis. 

A investigação da Jackpot durou cerca de um mês e no período foram apreendidas mais de 80 máquinas. Além disso, a polícia fechou sete casas de bingo, inclusive em áreas nobres de Brasília, como Lago Sul e Lago Norte. 

Operação Monte Carlo – Carlos Cachoeira é suspeito de comandar rede de jogo ilegal em Goiás e está preso desde o dia 29 de fevereiro pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Segundo gravações da PF, o esquema envolvia políticos e empresários em uma rede de corrupção, desvio de dinheiro público e pagamento de propinas. Em março, o Ministério Público Federal em Goiás ofereceu denúncia à Justiça Federal contra 81 pessoas envolvidas na máfia dos caça-níqueis desarticulada pela Operação Monte Carlo. 

Segundo o MPF, tinham participação na quadrilha três policiais federais, sete policiais civis, 28 militares, um policial rodoviário federal e dois servidores públicos, que foram denunciados por formação de quadrilha armada, corrupção ativa e passiva, peculato e violação de sigilo perpetrado por servidores públicos federais, estaduais e municipais.

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