O PT parece estar decidido a poupar Sérgio Cabral (PMDB-RJ), a julgar pelo que o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) escreveu para tranquilizar o amigo. Depois de o PMDB apoiar o requerimento do ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL), pedindo o depoimento do jornalista Policarpo Júnior, diretor da sucursal da revista Veja, em Brasília na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos gravações telefônicas das conversas do jornalista com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
O quiproquó aconteceu depois que o PMDB apoiou a negativa de Odair Cunha (PT-MG) ao pedido de Collor, mesmo com os petistas favoráveis a “investigar essa relação promíscua entre uma quadrilha e um jornalista” (+aqui). Por celular, Vacarezza escreveu a Cabral: “A relação com o PMDB vai azedar. Mas não se preocupe. Você é nosso e nós somos teu (sic)”. A imagem da mensagem foi gravada pela equipe do SBT.
Mais cedo, após um acordo político com a oposição, o PT evitou que o proprietário da Delta Construções, Fernando Cavendish, que tem ligações estreita com Cabral, fosse convocado para depor na CPI. A Delta nacional também foi poupada e não teve seus sigilos fiscal, bancário e telefônico da empreiteira (+aqui).