Como era de se esperar, a defesa de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, tem lançado mão de diversos estratagemas para se beneficiar da morosidade e da burocracia em favor de seu cliente. O “Jus esperniandi” da vez, veio da advogada Dora Cavalcanti, que representa o contraventor, que afirmou nesta quinta (17) que o acesso permitido aos documentos em poder da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), é "insuficiente" para a defesa do bicheiro.
A consulta foi uma condição posta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para o depoimento e foi concedida nesta terça (15), pelos parlamentares que integram a CPMI, mesmo dia em que ocorreria o depoimento de Cachoeira à comissão. A convocação de Cachoeira ficou remarcada para a próxima terça-feira (22), mas a defesa diz que o tempo é curto para a análise. “O acesso está insuficiente. Fizemos um levantamento e são mais de 90 mil áudios que precisam ser avaliados. Sem poder termos cópia fica complicado. Não há tempo hábil para analisar tudo”, disse Dora.
Já o senador Vital do Rego (PMDB-PB), presidente da CPMI afirmou que, na análise da comissão, o tempo disponibilizado para que os advogados de Cachoeira consultem os autos na sala onde os documentos estão sendo mantidos é suficiente para a elaboração da defesa. “Desde o momento em que foi informado para a Mesa que estaria disponível, os advogados de todas as partes, por igualdade de defesa, estão tendo acesso à sala”, afirmou o senador.
Os documentos estão sendo mantidos em uma sala fechada do Congresso e não é permitida a retirada nem a utilização de equipamentos como celular, gravador e máquina fotográfica, para evitar vazamentos. A advogada afirmou que os advogados estão dialogando com a CPMI para tentar facilitar o acesso aos documentos, mas não respondeu se a defesa irá pedir novo adiamento do depoimento de Cachoeira. "Não é uma questão de adiamento. Estamos travando um diálogo com a CPMI sobre o acesso. Estamos discutindo as condições para o acesso", disse.