Parece que a primeira parte do questionamento feito por Câmara em Pauta quanto à repórter Mirella Cunha é procedente e a jornalista da edição baiana do programa Brasil Urgente deve ser o Cristo da vez, servindo para “redimir” o jornalismo sensacionalista brasileiro (+aqui). O Ministério Público Federal da Bahia (MPF-BA) entrou, nesta quarta (23) com representação contra a repórter que debochou de um preso durante entrevista já há algum tempo, mas só agora o caso repercutiu nas mídias sociais (+aqui, aqui e aqui). O Caso deve culminar ainda na demissão de Mirella.
A repercussão negativa acabou provocando o MPF-BA a entrar com a ação, alegando violação dos direitos constitucionais do entrevistado, indícios de abuso de autoridade, ofensa a direitos da personalidade e descumprimento de súmula do Superior Tribunal Federal (STF) limitando o uso de algemas a casos excepcionais.
O procurador da República Vladimir Aras da coordenação do Núcleo Criminal do MPF-BA representou à Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC), do próprio MPF-BA, para que adote as medidas cabíveis contra a repórter.
A representação foi encaminhada, ainda, à Defensoria Pública da União e à produção do Brasil Urgente para que preserve a fita sem edição, do programa e a encaminhe ao MPF em cinco dias. Aras solicitou ainda que a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP/BA) informe se há, no âmbito da secretaria, algum regulamento que proíba a exposição de presos em programas do gênero nas delegacias de Polícia de Salvador e que remeta ao MPF cópia do auto de prisão em flagrante do homem entrevistado.
Providências finalmente tomadas, porém, ao que parece, a direção da Band-Bahia e a produção da atração irão se safar e o programa deve continuar e o jornalismo brasileiro continará protagonizando cenas como esta e esta.