Nesta quarta (23), o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, deixou na mão o grande amigo, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e não compareceu ao Conselho de Ética do Senado. Cachoeira foi indicado como testemunha de defesa do senador. Outra testemunha, um advogado indicado pelo senador, também não foi ao depoimento marcado para terça (22).
Cachoeira encaminhou um ofício alegando que, caso fosse ao conselho, não responderia nenhuma pergunta, tal como ocorreu no depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) nesta terça (22). “Como não há uma forma de obrigar a testemunha a comparecer, nós iremos prosseguir os trabalhos. Não haverá interrupção, estando marcada a reunião para a próxima terça quando estaremos ouvindo o senador Demóstenes Torres", disse o presidente do colegiado, senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE).
O senador responde a processo por quebra de decoro parlamentar sob a acusação de que teria usado o mandato de parlamentar em favor do bicheiro Carlinhos Cachoeira e deve dar seu depoimento na próxima terça (29). Demóstenes disse que está se preparando para o depoimento. “Estou preparando. Claro que vou me defender”, disse.
O processo poderá resultar na perda do mandato. Demóstenes não comentou o fato de as duas testemunhas arroladas por seus advogados terem se recusado a falar no Conselho de Ética e passou a bola para o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay.
Segundo o presidente, a previsão de entrega do relatório do caso, elaborado pelo senador Humberto Costa (PT-PE), para apreciação pelos integrantes do conselho está prevista para até o fim de junho. “O trabalho está bem adiantado. Nós cumprimos nossa obrigação. As testemunhas não vieram, não é culpa do conselho”, disse Valadares.