Gurgel sabia de envolvimento de Demóstenes, Leréia e Sandes Jr com Cachoeira desde 2009

Publicado em: 27/04/2012

 

 

O relatório final da Operação Vegas da Polícia Federal, de 2009, que desencadeou a Operação Monte Carlo em fevereiro de 2012 aponta “efetiva participação” do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e dos deputados Sandes Júnior (PP-GO) e Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) no esquema do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O mesmo relatório não traz referências a juízes de tribunais superiores, conforme especulações.

Escutas feitas em abril de 2009 mostraram que o grupo adquiriu um sistema de rádio em Miami por US$ 1.300, na tentativa de evitar o rastreio no Brasil, além de pagar US$ 10 mil mensalmente pelo uso. Um dos usuários do sistema era Demóstenes e a Polícia Federal enviou relatório ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel após identificar o fato, já que parlamentares só podem ser acionados pelo procurador-geral.

Desde julho de 2009, portanto, Roberto Gurgel, procurador Geral, teve acesso ao relatório da Vegas e nada foi feito. Em novembro de 2010, a PF foi novamente à Justiça pedir nova investigação, deflagrando a famigerada Operação Monte Carlo. Agora em 2012, após a prisão de Cachoeira, finalmente Gurgel abriu inquérito, alegando através de sua assessoria que não o fez antes, pois temia “prejudicar a operação” (+aqui).

Demóstenes afirma que os áudios foram manipulados, Sandes afirma que apenas atendeu a um pedido do empresário para defender uma loteria em Goiás e Leréia diz que é “só amigo” de Cachoeira.

Parlamentares do PT indicados para participar da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará os vínculos de agentes públicos com Cachoeira, defenderam na quarta (25) que Roberto Gurgel, preste explicações à comissão, os motivos de não ter dado seguimento às investigações da Operação Vegas, que estaria desde 2009 na PGR.


Artigos relacionados