Na semana passada, a Folha de São Paulo publicou denúncias de corrupção contra o ex-presidente da Casa da Moeda, Luiz Felipe Denucci, e que acabaram por tornar o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a bola da vez da oposição. Nesta sexta (04), Mantega deu entrevista coletiva informando que Luiz Felipe foi indicação do PTB para comandar a Casa da Moeda. Ele admitiu ter sido alertado mais de uma vez sobre erros de conduta de Denucci, mas que as denúncias que recebeu não justificariam o afastamento. Mantega atribuiu o desligamento ao encerramento de seu trabalho à frente do órgão e às pressões políticas que vinha sofrendo por parte do próprio partido responsável pela indicação.
Segundo Mantega, as primeiras informações sobre irregularidades envolvendo Denucci foram publicadas em 2010, mas se tratava de um problema com a Receita Federal no ano de 2001 e seria um fato "requentado". "Ele teria trazido recursos do exterior, depositado na conta, enfim… a Receita já tinha agido, isso não tinha nenhuma interferência com a função que ele desempenhava. Portanto, não se justificava uma mudança por causa disso”, declarou relatando ainda que Denucci passou por um procedimento administrativo, recorreu e que a multa aplicada foi "diminuída ou eliminada". Mantega atribuiu a escolha ao líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (PTB/GO) e que não o conhecia, mas aceitou a indicação do partido, por questões de competência.
O PTB fez acusações contra o indicado do partido na Fazenda e na Casa Civil, mas segundo Mantega, nenhuma chegou a ser formalizada. As acusações foram feitas pelo próprio Jovais, o mesmo que indicou Denucci. A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, criticou o PTB por querer a cabeça de Luiz Felipe, em entrevista ao Estado de São Paulo. "Sabe qual é o maior problema do PTB atualmente? O diretor da Casa da Moeda foi indicação do PTB no governo do presidente Lula. Agora eles querem trocar. Fica difícil, né?", afirmou Salvati.
O ministro enfatizou que a exoneração de Denucci foi esperada para ocorrer no momento mais adequado e que o próximo ocupante do cargo será um técnico "sintonizado" com o desempenho da Casa da Moeda.
Mantega – A grande imprensa parece querer muito que o ministro Guido Mantega saia do cargo. No mês de janeiro, a Revista Época publicou em uma edição, que a saída do ministro teria sido aventada, para acompanhar o tratamento de saúde de sua esposa Eliane Berger Mantega. "O ministro não cogitou e nem cogita deixar o governo. A revista se aproveitou de uma questão estritamente pessoal para fazer ilações", afirmou a equipe do ministro na ocasião.
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