Uma servidora da 2 ª Vara do Trabalho, do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região, em Brasília está sendo investigada pela Polícia Federal, por um furto de pelo menos R$ 5 milhões. A descoberta aconteceu casualmente na semana passada, quando uma advogada questionou o TRT, após perceber uma movimentação diferente em um dos processos que acompanha. A acusada foi cedida ao TRT em 2002 pela prefeitura de Luziânia (GO).
De acordo com as primeiras apurações da PF, a fraude acontecia através da transferência de dinheiro de depósitos judiciais que a funcionária fazia para sua própria conta bancária e para a conta de pessoas ligadas a ela. A Corregedoria do Tribunal Superior do Trabalho (TST) já recebeu comunicado e deve acompanhar as investigações.
Esta semana, todos os envolvidos na fraude tiveram o bloqueio de bens e contas bancárias. Foram encontrados pelo menos 10 carros em nome do casal. Os juizes do TRT que estão à frente do caso aguardam documentos dos cartórios de registro de imóveis para impedir movimentações de venda ou transferência de bens.
Ainda não se sabe quanto foi desviado nem quantos processos foram prejudicados pelo esquema. As informações levantadas pela Corregedoria foram repassadas à PF, pelo desembargador Ricardo Alencar Machado, presidente do TRT. A delegada da PF, Fernanda Oliveira está responsável pelo inquérito.
Relatório – De acordo com o relatório da Corregedoria, a servidora usou em benefício próprio a autorização que ela tinha dos juízes da 2ª Vara para administrar os processos. O inquérito aguarda informações do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, responsáveis pela liberação dos recursos. Há suspeita do envolvimento de mais pessoas no esquema. O companheiro da servidora aparece em papéis diferentes nos processos: advogado, autor da ação e beneficiário.
Foi apurado que a funcionária começou o esquema privilegiando processos antigos, aparentemente abandonados por advogados ou beneficiários, mas passou a atuar em processos recentes. Ela driblava a busca de informações dos advogados, criando justificativas para a demora na liberação dos depósitos, aproveitando-se do fato de ser ela, a responsável pelo balcão da vara e monitoramento dos processos.
Com informações do Correio Braziliense.