Do Correio – Saulo Araújo – A Polícia Civil estuda dar voz de prisão a Alberto Fraga, ex-secretário de Transportes do Distrito Federal, porém, a Divisão Especial de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública (Decap) só deve fazer isso depois que todas as investigações acerca da suposta propina recebidas por Fraga estiverem concluídas. Três homens envolvidos no esquema foram presos, na sexta-feira (07/10), acusados de participar do esquema e de outros crimes que a delegacia preferiu não divulgar ainda para não prejudicar as diligências. Os detidos são funcionários da Cooperativa dos Profissionais do Transporte Alternativo do Gama (Coopatag) e são acusados de pagar R$ 800 mil ao ex-secretário para obter a autorização para operar no transporte público do DF. Uma outra empresa, a Cooperativa Brasiliense de Transportes Autônomos, Escolares, Turismo e Especiais do DF (Coobrataete), que opera no Paranoá e em São Sebastião, também é alvo das investigações.
A Decap explicou, neste sábado (08/10), que além de depoimentos, há uma foto comprovando que Fraga autorizou a cooperativa ingressar no sistema de transporte após o pagamento. A polícia informou ainda que a Coopatag, antes do suborno, havia vencido a licitação operar no Gama, porém, antes de começar a oferecer o serviço, os representantes da empresas teriam passado a ser pressionados e ameaçados pelo ex-secretário adjunto de Transportes, Júlio Luís Urnau, 42 anos, e pelo ex-assessor especial do GDF José Geraldo de Oliveira Melo. Ambos foram acusados de concussão – extorsão praticada por funcionários públicos -, e ainda são considerados foragidos.
Os R$ 800 mil, de acordo com as investigações, teriam sido rateiados. Ao ex-governador José Roberto Arruda teria ficado com R$ 300 mil. Alberto Fraga com R$ 300 mil e o restante seria divido entre Júlio Luís Urnau e José Geraldo de Oliveira Melo. Arruda será convocado pela Decap para prestar esclarecimentos. As diligências continuam neste fim de semana, porém a polícia não quis divulgar detalhes das próximas ações. A operação foi batizada de Regin, em referência a um anão da mitologia nórdica dotado de extrema inteligência e destreza, ao ponto de ter construído uma casa de ouro e gemas para seu pai.