Por Lúcia Berbert – O Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) começa a funcionar na prática na próxima terça-feira (23), com as primeiras conexões de 1 Mbps a R$ 35, vendidas pelo provedor Sadnet, em Santo Antônio do Descoberto, cidade goiana localizada a 47 km de Brasília.
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, convidado a participar da solenidade simbólica do primeiro acesso, não vai participar, alegando compromissos agendados anteriormente.
A Sadnet foi o primeiro provedor do Brasil a assinar contrato com a Telebras, no início de junho, mas ficou aguardando a definição da data do lançamento oficial do PNBL, que a princípio previa até a presença da presidente Dilma Roussef.
A espera foi tão longa que o provedor já recebeu a primeira fatura mensal – que foi a primeira expedida pela estatal após sua reativação – no último dia 11.
Segundo o dono do provedor, Jovenil Abadia, a infraestrutura está pronta, o link já foi testado e a expectativa é de dobrar o número de assinantes que a empresa já dispõe, cerca de mil, em pouco tempo. Mas reconhece que o preço da estação receptora, composta de antena, receptor, cabos e acessórios de conexão, vendida por até R$ 299, é uma barreira á expansão dos acessos. “Nós repassamos os equipamentos pelo mesmo preço que compramos, porque não nos interessa ganhar dinheiro com isso”, afirma Abadia.
Ele informa que o problema do custo é a carga tributária incidente, já que os equipamentos são todos importados, sem similar no Brasil. “Se o governo reduzir as taxas, o preço da estação pode cair até 60%”, disse.
O ministro Paulo Bernardo reconhece a dificuldade e disse que já orientou sua equipe para encontrar uma alternativa para baratear os equipamentos. Uma das opções aventadas pelo ministro é o uso de uma única estação com roteador para conectar várias residências. O link de 100 Mbps da Telebras custa menos de R$ 200 para a Sadnet.
O preço exato, segundo Abadia, não pode ser divulgado em função da cláusula de confidencialidade incluída no contrato. Mas ele informa que, depois da entrada da estatal no mercado, operadoras privadas baixaram os preços dos seus links, como a Embratel. Pelo contrato, a Sadnet é obrigada a entregar pelo menos 20% da velocidade contratada ao cliente. Essa exigência ainda não vale para as operadoras privadas.