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“Por uma Vida Melhor”, o livro polêmico.

Publicado em: 26/05/2011

A polêmica sobre os livros didáticos recentemente adotados pelo Ministério da Educação (MEC) chegou à Câmara Legislativa. O material didático, destinado ao Ensino de Jovens e Adultos, se tornou polêmica por defender regionalismos populares da língua. Para uns, o método é considerado o ensino da língua com erros de português. Outros defendem o material alegando que sua não aceitação é preconceito linguístico.

Mais de 400 mil exemplares do livro ‘Por uma Vida Melhor’, de autoria da professora Heloisa Ramos, serão distribuídos nas escolas públicas de todo país. Na reunião da Comissão de Educação e Saúde da Câmara Legislativa, o tema foi proposto pela deputada distrital Eliana Pedrosa (DEM), vice-presidente da comissão. Com isso, os deputados distritais vão pedir informações à secretária de Educação do GDF, Regina Vinhaes, sobre a utilização do material na rede de ensino do DF.

No conteúdo do livro, a concordância quanto ao número, ou seja, o emprego do “s” nos plurais é uma questão de escolha no âmbito da oralidade. Tanto dizer “nós pega o peixe”, quanto “nós pegamos o peixe” são formas adequadas de expressão, na avaliação do MEC. Conforme o conceito adotado por Heloísa Ramos, as duas formas de uso “os meninos” ou “o menino” são aceitáveis por ser a representação da cultura do povo.

A deputada Rejane Pitanga (PT), favorável à utilização do material na rede, afirma que não está defendendo erros de português nos livros, mas sim, que a escola leve em consideração o saber popular. “Não há nenhum crime nisso, não é reforçar um erro, pelo contrário. A escola não pode desconhecer a realidade do aluno, e nem muito menos da população brasileira”, declarou. Para Rejane, a norma culta pode ser ensinada sem que os regionalismos sejam excluídos. “A escola tem que estar aberta, à cultura popular e reconhecer que ela existe, e a partir daí, trabalhar os alunos para conhecer as expressões, gramaticalmente corretas”, completou.

Posição contrária a de Rejane, tem o deputado Israel Batista (PDT). O parlamentar acredita que os livros não devam ser adotados no momento. “Creio que alfabetização e ensino fundamental devem seguir estritamente o uso da norma culta da língua portuguesa, mas acredito que seja necessário esclarecer às pessoas sobre preconceito linguístico“, defendeu. Para Israel a utilização aumentaria a “apartheid social”. “Não se pode pregar essa tolerância ao erro de português, porque isso é excluir. Se a escola pública tem essa tolerância, os concursos públicos e o mercado de trabalho, não têm”, justificou. O parlamentar questiona o ensino do método em aulas de gramática. “Essa temática poderia ser adotada, por exemplo, em literatura, ser abordada como complementação ao ensino da gramática”, sugeriu.

O deputado Olair Francisco (PTdoB) que, assumidamente, teve que optar pelo trabalho, em vez de se dedicar aos estudos, também opinou sobre o tema. “O português correto é o que as pessoas entendem. Se você comunica, e conseguem entender o que você está transmitindo, está correto”, opinou.

 

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