As famílias de trabalhadores rurais do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) deixaram no começo da manhã desta terça (03) a área da Fazenda Gama, ao lado do Catetinho, ocupada em agosto e tentaram ocupar outro terreno, também pertencente à Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap), próximo a São Sebastião no Distrito Federal, no cruzamento das Rodovias DF-473 e DF-251, no acesso ao Complexo Penitenciário da Papuda.
O local, que era utilizado para o plantio de eucalipto, estaria improdutivo e abandonado pela estatal. Segundo Edmar Tavares, integrante do movimento, a decisão de ocupar um novo local foi tomada pelo grupo porque o GDF não deu garantia nenhuma aos trabalhadores. “Cumprimos o acordo estabelecido com a ouvidoria Agrária Nacional de desocupar o Catetinho, mas como ninguém nos apresentou proposta ocupamos outro local”, afirmou.
Agentes da Seops, Agefis e policiais militares foram para a nova área ocupada para evitar que sejam montados barracos e encontraram alguns integrantes armados com foices e pedaços de madeira. Após certa tensão, os trabalhadores desistiram e deixaram a área.
22 de agosto – O acampamento próximo ao Catetinho ficou conhecido como "22 de agosto", por conta da data em que as famílias chegaram à área da Fazenda do Gama. Nesta segunda (03), antes da chegada de agentes do governo, muitos deixaram a área. Mais tarde, quando começou a desocupação, quem tentou resistir de alguma forma viu todas as casas serem derrubadas pelos agentes da Secretaria de Estado da Ordem Pública e Social (Seops) e da Agência de Fiscalização (Agefis), que com tratores e força física, derrubaram os mais de 800 barracos construídos no local. Apesar disto, nenhum grade tumulto foi registrado.
Algumas das casas estavam montadas com madeiras e sacos plásticos, mas não tinha ninguém morando e para o GDF, essas edificações estavam prontas apenas para demarcar território e garantir algum local, caso o terreno fosse regularizado pelo governo. Em nota no site oficial do movimento, o MST alega que, “a Terracap afirma que a área é pública, mas não quer direcionar a fazenda para a reforma agrária, mas sim para um projeto habitacional urbano que ainda está com pendências ambientais”.