Durante o ato do lenço branco, comemorado hoje (04/12), na Câmara Legislativa, finalizando os 16 dias de ativismo da campanha contra a violência doméstica contra a mulher, uma parceria da Secretaria das Mulheres, a Presidência da Casa, presidido pela deputada Arlete Sampaio, líder do governo, o deputado Chico Vigilante, líder do Bloco PT/PRB, argumentou que esta não é uma luta apenas das mulheres, mas do conjunto da sociedade. “Mas, sobretudo dos homens”, disse.
O parlamentar fez referência ao ditado popular, repetido de geração a geração, que diz “entre homem e mulher, ninguém coloca a colher”. Para ele, uma temeridade. “Tem coisa pior que isso?”, questiona. E argumenta que este tipo de violência foi quase legalizado no Brasil, onde, até a década de 30 a mulher não votava. E relembrou ainda que de acordo como código penal brasileiro, até bem pouco tempo, a moça que não fosse virgem poderia ser devolvida à família depois do casamento e que o adultério, praticado pela mulher seria motivo de dissolução no casamento, diferentemente do homem.
E mais uma vez relembrou a precursora do voto no Brasil, Nísia Floresta, responsável por colocar o seu estado natal, o Rio Grande do Norte na vanguarda no país, o primeiro estado a adotar o voto feminino, graças à luta de Nísia.
O deputado voltou a fazer a mesa referência que fez em artigo quando a presidenta do Brasil Dilma Rousseff foi eleita. Entre outros tantos benefícios para o país e para as mulheres, destacou Chico, “a partir de agora, cada vez que um homem espancar uma mulher será como se ele estivesse ali na frente dele a presidenta da República”.
Chico relembrou também que Brasília foi a primeira cidade do País a ter uma delegacia das mulheres, uma luta da doutora Déborah Menezes, delegada de polícia. E listou as distorções traduzidas em forma de violência contra a mulher: prestadoras de serviços gerais desrespeitadas por muitos superiores e vigilantes femininas que sofreram violência por parte dos chefes da segurança. Chico relembrou que a denúncia feita pelo sindicato da categoria, à época, que acabou motivando outras mulheres a também fazer a denúncia.
Para o deputado, uma das maiores incoerências que existe é a afirmação comum de se ouvir por aí: ‘Bateu por amor’. “Quem ama não bate. Isso é doença. São pessoas que deveriam ser afastadas da sociedade”, afirmou. Para ele. E emendou: “O homem que bate em mulher é um doente, perverso. Um ser que não deveria nem existir”.