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Sionismo e Bolsonarismo pressionam o Lulismo

Publicado em: 08/11/2023

CÉSAR FONSECA – A reunião do embaixador de Israel, Daniel Zonshine, com o ex-presidente Jair Bolsonaro, hoje, na Câmara dos Deputados, representou início de formação de aliança sionismo-bolsonarismo para pressionar governo Lula a se definir diante da agenda de guerra israelense, apoiada pelos Estados Unidos, favorável à bandeira político-ideológica de Israel de direito de autodefesa colocado em prática no massacre sionista contra Palestina.

O encontro Bolsonaro-Zonshine, curiosamente, coincidentemente, ocorre no mesmo dia em que a Polícia Federal apreende terrorista islâmico supostamente ligados ao Hezbollah suspeito de armar atentados contra israelenses em território brasileiro.

Imediatamente à ação da PF brasileira, o presidente Benjamin Netanyahu divulga nota oficial de agradecimento do governo israelense às forças de segurança do governo Lula pela pronta providência em proteger interesses de Israel.

Politicamente, o governo Netanyahu considerou o episódio fator positivo a fortalecer as relações Brasil-Israel, no instante mais dramático da guerra de extermínio patrocinada pelo sionismo judeu contra os palestinos sufocados na Faixa de Gaza, com fome, com sede, sem socorros médicos, transformada em cemitério a céu aberto.

Consequentemente, do ponto de vista de Netanyahu, com essa diplomacia do terror, ficou mais complicada e, sobretudo, constrangedora possível ação diplomática brasileira no sentido de radicalizar contra Israel, em eventual tentativa de o Itamaraty retirar o embaixador brasileiro de Telavive.

Essa possibilidade tem sido aventada internamente devido ao fato de Israel, na Faixa de Gaza, atrasar a saída de brasileiros rumo ao Egito, para serem repatriados, graças às providências de Lula nesse sentido, sob pressão da sociedade brasileira.

JOGADA POLITICAMENTE EXPLOSIVA

A jogada política do bolsonarismo direitista fascista de aproximar do sionismo, por puro oportunismo ideológico, levando para dentro do Congresso nacional, o debate sobre a guerra de extermínio em curso, na Faixa de Gaza, coloca em xeque o lulismo.

Lula e seus aliados de centro esquerda passam a sofrer pressões adicionais de sua base quando as tensões diplomáticas Brasil-Israel entram em ponto de ebulição.

A crise tende a se agravar, principalmente, porque crescem dúvidas sobre as circunstâncias e fatores reais que levaram à prisão de integrantes do Hezbollah pela Polícia Federal, avisada/alertada pelo serviço secreto israelense do Mossad.

De imediato, o alerta levanta suspeita sobre relações PF-Mossad.

Teriam ambas as partes acordos de cooperação prévios que permitissem esse tipo de ação internacional do Mossad em território nacional?

Desde quando essa cooperação se realiza, com o conhecimento de quem, do ponto de vista institucional etc.?

As investigações, portanto, se fazem necessárias, transformando-se no foco do debate político a partir de agora.

Portanto, ambas as ocorrências, politicamente, incendiárias – de um lado, a ação cooperativa Mossad-PF-Brasil, e, de outro, a articulação sionismo/bolsonarismo no parlamento brasileiro – criam fato político que passa a sobrepor a própria política nacional como subproduto da guerra, que tem todas as condicionantes para se alastrar, conforme totalidade dos observadores internacionais.

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