O deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) publicou nesta quinta (7), em seu perfil do facebook uma foto e comentário relacionados ao desaparecimento do auxiliar de serviços gerais Antônio de Araújo, que foi visto pela última vez na madrugada de 27 de maio, durante uma abordagem policial. Nenhum dos deputados ou senadores da bancada do DF se manifestou sobre o assunto.
Alencar faz parte da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, que também acompanhou a reunião com representantes da segurança do DF. “Vamos reforçar a pressão junto às autoridades. No Rio, no caso do Amarildo, com pressão da sociedade, tivemos alguns esclarecimentos.”
O deputado afirma que, após o encontro da presidente da Comissão de Direitos Humanos no Senado, Ana Rita (PT-ES), com representantes da Segurança do DF no dia 5 de novembro, várias pessoas o procuraram para falar do caso. “As pessoas nos buscaram por causa da pressão que realizamos no caso Amarildo, que guarda muitas semelhanças com o desaparecimento do Antônio. Não tenho detalhes da investigação aqui no DF, mas, no Rio, quando o caso envolve policiais, há um espírito de corpo, de leniência. Cria-se uma rede de proteção para não ir fundo”, falou.
Onde está Antônio – no facebook, o parlamentar posa para foto com um pequeno cartaz está escrito: “Onde está Antônio?”. Na descrição da imagem Chico Alencar diz: “Antônio Pereira de Araújo, 32 anos, está desaparecido há 164 dias. Ele foi visto pela última vez depois de ser detido por PMs em Planaltina – DF. Em audiência com Senadore(a)s e familiares de Antônio, o Secretário de Segurança Pública do DF e a Polícia Civil afirmaram que os cinco meses de investigação são ‘um tempo aceitável’”.
Desaparecido – Segundo os policiais militares que atuaram no caso, Antônio de Araújo tinha sintomas de embriaguez e foi levado à 31ª delegacia de polícia, em Planaltina, no dia 27 de maio, após suspeita de ter entrado na chácara de um sargento da PM. Ele foi liberado após verificação de ficha criminal, não aceitou carona e saiu da delegacia a pé, sozinho, conforme os PMs.
A família registrou o desaparecimento do auxiliar de serviços gerais no mesmo dia: 27 de maio. Ele foi visto pela última vez na madrugada deste dia, durante abordagem policial.
Demora – O inquérito na 31ª delegacia de polícia, que inicialmente cuidou do caso, só foi aberto no dia 16 de julho. O caso foi para a Divisão de Repressão a Sequestro (DRS) no dia 5 de agosto. Em 26 de agosto, mais de 90 dias depois do desaparecimento, a Polícia Militar também instaurou inquérito para investigar se os dois sargentos e quatro cabos envolvidos na abordagem a Araújo cometeram algum tipo crime. O inquérito foi remetido à Justiça no dia 25 de outubro, com pedido de retorno e sem conclusão.
Para a senadora Ana Rita, a investigação sobre o desaparecimento do auxiliar de serviços gerais Antônio de Araújo “poderia ser mais ágil, mas eu não sei o quanto de demanda a Secretaria de Segurança, as polícias Civil e Militar têm aqui no DF. Eu penso que, em casos como esse, é preciso ter mais celeridade”. Ela pediu às autoridades responsáveis mais transparência, para que a família saiba o andamento das investigações. “Solicitamos que a família possa ter as informações necessárias e possíveis para que também haja tranquilidade por parte deles. É direito da família receber as informações. Nós pedimos isto: que a família seja informada e que haja celeridade nas investigações”, afirmou.
Incontroversa – A Secretaria de Segurança Pública do DF nega demora na investigação. O caso é investigado pela Polícia Civil e pela corregedoria da Polícia Militar. Apesar de não ter permanecido no encontro com a senadora Ana Rita, o secretário de Segurança, Sandro Avelar, afirmou, antes da reunião, que nenhuma hipótese de investigação pode ser descartada. Apesar disso, ele trata como “incontroversa” a informação de que Antônio de Araújo foi levado à 31ª DP após abordagem policial.
Segundo Avelar, “o Antônio foi levado até a delegacia por uma guarnição da Polícia Militar, ele esteve na presença de um policial civil. Esse fato é incontroverso. Não existe nenhuma discussão quanto a isso. Foram levantados os antecedentes do Antônio, foi verificado que não tinha nenhum antecedente. Da delegacia, ele saiu. A gente está buscando o paradeiro dele a partir da delegacia”.
Com informações do G1.