Com protestos e sem Habite-se, shopping é inaugurado no DF

Publicado em: 18/11/2013

Não adiantou a tentativa de manifestantes de impedir a inauguração do Shopping JK, entre Taguatinga e Ceilândia, no Distrito Federal no último sábado (16). O grupo argumentava que o estabelecimento estaria sendo inaugurado sem o “habite-se”, além de estar sob investigação do Ministério Público do DF e Territíorios (MPDFT) e da Polícia Civil, que deflagrou a operação Átrio no último dia 7, desmontando suposto esquema de negociação de alvarás pelas administrações regionais de Taguatinga e Águas Claras. 

 

O shopping é da empresa do ex-governador e empresário Paulo Octávio e abriu mesmo sem ter conseguido o documento que atesta que o empreendimento está de acordo com a legislação. Segundo a empresa, o autorização para funcionar não foi emitida porque o processo, que estava na administração de Taguatinga, foi apreendido pela Polícia Civil. O empreendimento foi alvo de operação da polícia por suspeita ter tido a construção autorizada por servidores da administração após pagamento de propina.

 

O empresário Paulo Octávio nega envolvimento com irregularidades e diz que todos os empreendimentos da empresa dele estão dentro da legalidade. “Nós protocolamos pedido de Habite-se essa semana. Conseguimos todos os alvarás da CEB, da Caesb, do Corpo de Bombeiros. Só falta o papel, que certamente será fornecido, imagino, na segunda-feira”, disse o empresário.

 

Átrio – A Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado (Deco) e o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), realizaram no último dia 7 a "Operação Átrio", que prendeu temporariamente os ex-administradores de Águas Claras, Carlos Sidney de Oliveira, e de Taguatinga, Carlos Alberto Jales, acusados de participar de um esquema de corrupção de agentes públicos para a concessão de alvarás de empreendimentos imobiliários no DF.

 

A corporação também chamou 12 pessoas, entre elas servidores e empresários do setor de construção civil, para prestar esclarecimentos. A polícia apura se eles “fomentaram a corrupção ou foram extorquidos”. Segundo o delegado, os administradores envolvidos solicitavam vantagens de vários tipos, inclusive financeira.

 

Segundo a polícia, que o grupo atuava para permitir a construção de imóveis que violavam as normas urbanísticas. O Ministério Público chegou a pedir a prisão do empresário, mas a solicitação foi negada pelo Tribunal de Justiça. “Nossa empresa nunca foi procurada por nenhum administrador, pedindo qualquer tipo de ajuda. Há outras empresas também citadas. Acho importante ajudar a polícia nessa investigação”, disse Paulo Octavio.

 

Os ex-administradores das duas cidades estão presos, suspeitos de receberem propina para a liberação de alvarás.  O Shopping JK teria se beneficiado desse esquema. 

 

Com informações do R7.

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