A Polícia Civil deflagrou na manhã desta quinta (7) a Operação Átrio, contra um suposto esquema de corrupção de agentes públicos para a concessão de alvarás para empreendimentos imobiliários no Distrito Federal. O administrador de Águas Claras, Carlos Sidney de Oliveira, foi preso temporariamente e o de Taguatinga, Carlos Alberto Jales, tem um mandado de prisão temporária contra ele, que é considerado foragido. O GDF já informou esta manhã (7), por meio de nota, que decidiu exonerar imediatamente os dois administradores.
Segundo o delegado Alexandre Gratão, foram expedidos dois mandados de prisão preventiva para os administradores, 15 mandados de busca e apreensão de objetos e documentos e pelo menos dez mandados de condução coercitiva a empresários que serão obrigados a prestar esclarecimentos. Dentre os que devem comparecer à delegacia está o ex-vice-governador do DF e empresário Paulo Octávio Alves Pereira, que ainda não se pronunciou, até a publicação desta reportagem. Os agentes também fizeram buscas na casa do ex-vice governador.
A nota divulgada pelo GDF informou ainda que apoia a investigação da Deco e do Ministério Público. E que “caso haja outros servidores públicos relacionados à questão, serão imediatamente afastados, para evitar qualquer obstáculo às investigações.”
Acusação – De acordo com as investigações coordenadas pela Deco as administrações cobravam propina a empresários para liberação de alvarás de funcionamento e construção de estabelecimentos comerciais. Dezenas de empresários foram intimados a prestar depoimento. As informações preliminares dão conta de que Paulo Octávio teria pago propina para obter a liberação de alvará de construção de empreendimentos em Taguatinga e Águas Claras.
Segundo a Polícia Civil, o grupo atuava para permitir a construção de imóveis que violavam as normas urbanísticas. Um dos exemplos é o shopping JK, entre Taguatinga e Ceilândia. O empreendimento é de Paulo Octavio, de acordo com a corporação.
Segundo o coordenador do Departamento de Polícia Especializada (DPE), Luís Alexandre Gratão, na casa de Carlos Sidney a polícia encontrou R$ 50 mil em dinheiro.
A operação Átrio foi deflagrada pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco) em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), por decisão da 2ª Vara Criminal de Taguatinga.
Confira a nota do GDF na íntegra:
Nota oficial – Governo do Distrito Federal
É princípio deste governo não pactuar com atos corruptos, nem admitir em seus quadros a permanência de agentes envolvidos em irregularidades.
A operação desencadeada pelo GAECO, do MPDFT e pela DECO, da Polícia Civil do DF, tem o total apoio desta gestão e está sendo feita em sintonia com os princípios norteadores da transparência exigida por nós.
É decisão deste governo exonerar imediatamente os agentes públicos que tiveram prisão temporária decretada. Caso haja outros servidores públicos relacionados à questão, serão imediatamente afastados, para evitar qualquer obstáculo às investigações.
O Governo do Distrito Federal está colaborando em, todos os níveis, com a apuração dos fatos em conjunto com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e Polícia Civil – DF.
As informações são do R7, G1 e Correio Braziliense.