Jovem se diz arrependido de propor “estuprinho” para recepcionar calouras

Publicado em: 28/07/2013

Um dos estudantes do curso de Engenharia de Redes da Universidade de Brasília (UnB), Rodolfo Fernandes Bianchi Fava, identificado após fazer apologia ao estupro com um cartaz no campus da universidade entregou à reitoria uma carta em que se diz arrependido do ato. Rodolfo foi marcado na fotografia que ganhou repercussão nesta quinta (25), em que ele junto com outro colega segurava um cartaz escrito “Caiu na redes… é estupro”.  

 

Na carta, o estudante diz: “Neste momento, estou totalmente arrependido e triste por esse gesto impensado e de mau gosto”. Ele afirma que se envolveu em um ato “inconsequente e impensado e que jamais deveria ter acontecido”.  “Quero formalmente me desculpar, em primeiro lugar, com as calouras e calouros da UnB. Nunca tive a intenção de ofender e, muito menos, de incentivar ou praticar qualquer violência ou constrangimento contra as novas alunas da universidade”, diz. 

 

A UnB convocou os estudantes para darem explicações. O caso está sendo apurado pela diretoria de Diversidade do Decanato de Assuntos Comunitários e poderá até resultar na expulsão dos envolvidos e a diretora do Decanato, Sônia Marise, disse que vai ouvir todos os envolvidos no caso antes de anunciar algum tipo de punição. “O cartaz é um absurdo. Precisamos avaliar o porquê de uma atitude dessas”, afirmou. A diretora também conversou com a mãe de um dos alunos da foto. “Ela estava muito preocupada e disse que o filho tem sofrido ameaças”, informou.

 

Na quinta-feira (25) a diretora convocou reunião com o Diretório Central dos Estudantes (DCE) e com alunos da Engenharia de Redes para tratar do assunto.

Sônia também pediu para os representantes do movimento para que não haja algum tipo de reação violenta contra os alunos.

 

Entenda – Virgílio Soares, estudante de pedagogia que presenciou a cena postou a foto no Facebook, relatou que, ao questionar o significado do cartaz, os rapazes que seguravam o cartaz disseram que seria um “estuprinho”, como trote às calouras do curso Engenharia de Redes. Ele explicou que isto era apologia ao estupro e que isto é crime, mas os rapazes continuaram com o cartaz.

 

Soares disse ainda que decidiu divulgar a foto nas redes sociais com o objetivo de fomentar o debate contra o machismo. “Compreendo que os jovens não devem ser utilizados como bodes expiatórios, e que são eles partes integrantes de uma sociedade que tem valores deturpados e que precisam refletir as suas práticas”, disse.

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