A Polícia Rodoviária Federal (PRF) resgatou duas crianças vítimas de exploração sexual e trabalho infantil na noite desta sexta (14) em Alexânia (GO), região do Entorno do Distrito Federal, em uma ação da Operação Copa das Confederações. Segundo o inspetor Daniel Bonfim, responsável pela operação, que a corporação recebeu um pedido da Vara da Infância e da Juventude e da Secretaria de Segurança Municipal para apurar a denúncia.
Outros trabalhos e buscas ainda serão realizados na parte externa da casa neste sábado (15). Foram presos o dono da chácara, que admitiu ser o dono de uma arma encontrada pela polícia, a mulher dele, que disse que é garota de programa, e três usuários de crack, que são suspeitos de abusar sexualmente dos menores. “A garota de programa disse que as crianças são filhas de uma colega que teria pedido para que ela cuidasse delas”, disse Bomfim explicando que os acusados estão detidos e poderão responder por estupro de vulneráveis e que o dono da chácara também pode ser indiciado por porte ilegal de armas. As penas, caso condenados, podem chegar a 15 anos de prisão.
Exploração – As vítimas eram encarceradas em uma chácara que fica às margens da BR-060, na altura do quilômetro 14, e a suspeita da polícia é que no local funcionava uma casa de prostituição. A PRF usou cães farejadores e na chácara denunciada foram encontradas armas, munições e drogas sintéticas. “Achamos vários cachimbos de crack, oito comprimidos de uma droga sintética conhecida como "cápsula de vento", remédios abortivos, um revólver calibre 38 e dez munições”, disse Bonfim.
O inspetor disse que as crianças, de dez e 12 anos, eram obrigadas a trabalhar e a cumprir as tarefas domésticas e que no quarto onde as vítimas dormiam, a situação era “deplorável”. “Ambiente totalmente insalubre e sujo. As crianças são irmãs e dormiam em lençóis contaminados com sangue. Elas têm as mãos bem calejadas, sinal de esforço e trabalho físico”, afirmou.
No momento da ação, as crianças estavam na escola e a polícia entregou-as aos cuidados do Conselho Tutelar e eles seriam submetidos a exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), que também analisará os lençóis sujos de sangue.
As informações são do R7.