Durante a manifestação no Congresso Nacional nesta segunda (17), uma palavra de ordem causou inquietação: “Amanhã vai ser maior”. Em páginas criadas por usuários do Facebook no Distrito Federal, promessas de mais protestos para esta terça (18). Para se antecipar, o Setor de Inteligência da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) informou que está acompanhando e monitorando as redes sociais para acompanhar as reuniões virtuais dos manifestantes.
O chefe do Centro de Comunicação da PMDF, coronel Zilfrank Antero, explicou que a corporação deve enviar o efetivo normal para acompanhar os manifestantes no Eixo Monumental e Esplanada dos Ministérios, área central de Brasília, nesta terça (18) “Estamos acompanhando tudo de perto e enviaremos o efetivo normal para acompanhar a manifestação. Os acessos serão franqueados e o direito do protesto preservado. Vamos apenas fazer o acompanhamento para garantir a integridade física dos manifestantes e do patrimônio público”, disse.
Vale lembrar que no domingo (16) o governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz e outras pessoas do GDF tentaram desqualificar a mobilização dizendo que era movimento político, que não havia reivindicações e que os manifestantes estariam sendo pagos.
Pacífica – Segundo Antero, ontem (17) foram enviados 400 homens da corporação para acompanhar o protesto que reuniu cerca de dez mil pessoas na Esplanada dos Ministérios e Congresso Nacional no fim desta segunda (17), mas o efetivo não deve estar presente novamente na nova manifestação. “A segurança do local será feita inicialmente apenas pela Polícia Legislativa. Nossa expectativa é que tudo aconteça da forma mais pacífica possível”.
Por volta das 17h os manifestantes se reuniram em frente ao Museu Nacional da República em Brasília e seguiram em marcha para o Congresso Nacional e chegaram a fechar as seis pistas do Eixo Monumental no percurso, parando completamente o trânsito na região. Já no Congresso, várias pessoas conseguiram romper o cordão de isolamento da PMDF e ocuparam a marquise onde ficam as cúpulas da Câmara e do Senado.
Houve confronto por volta das 22h entre manifestantes e policiais depois que um grupo tentou invadir a Chapelaria do Congresso e a polícia usou cassetetes, spray de pimenta e bombas de efeito moral, mas a situação foi normalizada em menos de cinco minutos. Pelo menos duas pessoas foram presas por desacato, mas nenhuma ocorrência de ferimentos foi registrada pelo Serviço de Atendimento Móvel Urgente (Samu) ou Corpo de Bombeiros.
Em entrevista coletiva ainda ontem (17) à noite, o presidente em exercício da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT-PR) disse que espera que todas as manifestações que vierem durante esta semana sejam pacíficas como a desta segunda.
Demandas – O protesto acontece em várias capitais brasileiras e o que começou contra o reajuste das tarifas de ônibus, ganhou maiores dimensões com a mobilização de cada vez mais gente que protesta contra a corrupção, os gastos públicos com as copas das Confederações e do Mundo, mais investimentos na saúde, educação e segurança e lutam para que a PEC 37, que retira o poder de investigação dos Ministérios Públicos, não seja aprovada.
O movimento não é partidário e o levante tem sido feito notadamente via redes sociais, arregimentando pessoas com objetivos em comum e também protesta contra a grande mídia, que no início chamava de baderna e agira passa a criticar a truculência da polícia e o silêncio das autoridades, além de tentar pautar o movimento atribuindo-lhe propostas diferentes das originais.
Com informações do R7 e Redes Sociais.