O Tribunal do Júri de Brasília realiza, nesta terça (14), a partir das 14h, mais uma audiência do processo que apura o homicídio do ministro José Guilherme Villela, de sua esposa Maria Carvalho Mendes Villela e da empregada do casal, Francisca Nascimento da Silva, ocorrido em agosto de 2009, na 113 Sul. Será ouvido novamente o réu Leonardo Campos Alves, ex-porteiro do bloco onde aconteceu o crime.
Mais de dez audiências já foram realizadas nesta fase de instrução processual quando foram ouvidas cerca de 40 testemunhas. Também já foram interrogados os quatro réus do processo: Adriana Villela, Paulo Cardoso Santana, Francisco Mairlon Barros Aguiar e o próprio Leonardo que será ouvido novamente a pedido de seu advogado.
Três delegacias já passaram pelo caso e dois policiais são suspeitos de atrapalhar as investigações. Três homens confessaram o crime em vários depoimentos, mas voltaram atrás e alegaram que foram torturados para confessar o assassinato.
O crime – O ex-ministro José Guilherme Villela, de 73 anos, conhecido por atuar como advogado do ex-presidente Fernando Collor no processo de impeachment, a mulher dele, Maria Villela, de 69 anos, e a empregada da família foram assassinados com 78 facadas. O triplo homicídio ficou conhecido como o crime da 113 Sul, chamou a atenção pelos personagens e pelos erros da investigação.
O casal e a empregada foram mortos no dia 28 de agosto de 2009 no apartamento em que viviam, um imóvel de 500 metros quadrados em área nobre de Brasília, em prédio protegido por câmeras e seguranças. Mas os corpos só foram encontrados três dias depois, pela neta do ex-ministro. Foram roubados dólares e joias, valores insignificantes se comparados aos bens da família.
Investigações – Desde o início, os atropelos se sucederam nas investigações, que começaram na 1ª Delegacia de Polícia. As prisões de três suspeitos foram relaxadas por falta de provas. Em dezembro, a Promotoria pediu a transferência da investigação para a Coordenação de Investigação de Crimes contra a Vida (Corvida) e a delegada até então titular do inquérito, Martha Vargas, foi afastada do caso e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) ofereceu denúncia contra ela, acusando a delegada de ter plantado provas durante as investigações do crime.
Durante as investigações, o imóvel dos Villela foi periciado várias vezes e foram ouvidas mais de cem pessoas. Em abril deste ano um exame do Instituto de Criminalística da Policia Civil comprovou que a chave apreendida com um dos suspeitos é a mesma recolhida pela polícia no apartamento do casal, o que levantou suspeitas de que a chave havia sido “plantada” no local.
As suspeitas recaíram então sobre a filha do casal, a arquiteta Adriana Villela, que teria um relacionamento difícil com os pais. Adriana e outros quatro suspeitos foram presos em 17 de agosto de 2010, acusados de atrapalhar as investigações do triplo homicídio. Adriana passou a ser a principal suspeita de ser a mandante do crime, depois que as investigações apontaram uma impressão da palma da mão de Adriana encontrada em um armário da casa.
Com informações de Estadão, TJDFT e R7.