A retirada de bagagem no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitscheck nas salas de desembarque pode demorar mais de uma hora. Entre janeiro e fevereiro deste ano, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) registrou 498 reclamações de usuários por atrasos e extravios de malas.
A informação é do Jornal de Brasília e a Inframerica, consórcio que administra o local, informou ao periódico que, antes de 2014 nada vai ser feito para melhorar o sistema e que melhorias devem ser implementadas durante a Copa do Mundo, através de um novo equipamento de movimentação de bagagens, orçado em R$ 40 milhões.
Leia abaixo a reportagem de Carla Rodrigues, para o Jornal de Brasília.
Demora na chegada da bagagem pode passar de uma hora
A retirada de bagagem no Aeroporto JK virou sinônimo de espera. Em dias mais agitados, como nos finais de semana e às segundas-feiras, o cenário é assustador. Nas salas de desembarque, passageiros chegam a sentar nas esteiras devido à demora. Entre janeiro e fevereiro deste ano, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) registrou 498 reclamações de usuários por atrasos e extravios de malas. A espera pode passar de uma hora.
Mesmo assim, a Inframerica, consórcio que administra o local, informou que antes de 2014 nada vai ser feito para melhorar o sistema. A melhoria só será implementada durante a Copa do Mundo. O novo equipamento de movimentação de bagagens vai custar R$ 40 milhões.
Estrutura precária
“Afirmo, com convicção, que não estaremos preparados para os mundiais. A estrutura ainda está precária. Estamos muito aquém, por exemplo, da Colômbia, que tem um sistema aeroportuário digno de receber visitantes”, criticou o servidor público Urubatan Ribeiro, 40 anos. De passagem na cidade, ele disse que esperou mais de meia hora para pegar suas malas no desembarque. “Vamos passar vergonha desse jeito”, ressaltou.
Ontem, enquanto eram apresentados os recém-adquiridos três novos carros de combate a incêndio, que custaram R$ 5 milhões, na outra ponta do Aeroporto, passageiros visivelmente cansados aguardavam a chegada das malas em filas quilométricas.
Maria Madalena de Lima, 61 anos, e a filha Rebeca, 21, tiveram de esperar meia hora. “Me sinto prejudicada pois paguei por um serviço completo”, reclamou.
Sem informações
A servidora pública Antônia Lima, 46 anos, conta que ficou 50 minutos, no último dia 26, esperando a sua bagagem, num voo vindo de São Paulo, à noite. “O pior é que além de esperar, não tinha ninguém para dar uma informação. Nem da empresa aérea e nem da administração do aeroporto. Isso é falta de respeito”, desabafou ela, lembrando que o voo não demorou uma hora e 20 minutos. “É quase mais tempo esperando a mala do que voando de São Paulo para Brasília. Isso é um absurdo”, completa.
Ela conta ainda que depois de 40 minutos de espera, uma funcionária da Gol teria dito que a demora é recorrente “porque faltam funcionários para fazer o serviço”.
Mas nem tudo é notícia ruim. Para a Copa das Confederações, o número de vagas no estacionamento deve aumentar de 1.234 vagas para 3.100. O que, segundo a Inframerica, deve ser suficiente para atender aos usuários. “Estacionei meu carro próximo ao posto, porque não encontrei vaga aqui. Isso depois de dar duas voltas”, revelou o administrador Bruno Caetano, 28 anos.
O jovem argumenta que devem ser limitadas as vagas dos taxistas em frente ao saguão de desembarque, pois os veículos causam transtornos aos passageiros. “A área toda está dominada pelos taxistas. Quem precisa só deixar ou pegar alguém rapidamente quase não consegue. Estão precisando colocar regras mais rígidas aqui”, disse ele.
Queixas
Só neste ano, o Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) registrou 1.207 ações relacionadas a problemas no aeroporto. O servidor do Juizado Especial do Aeroporto JK, Wellington Sarmento, informou, no entanto, que o órgão não faz a triagem das principais queixas dos usuários. Por outro lado, ele garantiu que a longa espera e o extravio de bagagens estão no topo da lista das reclamações dos passageiros.
Números do Aeroporto
Investimento até a Copa de 2014: cerca de R$ 750 milhões.
Já foram investidos R$ 200 milhões (até abril de 2013).
Ao final da ampliação, a capacidade do aeroporto deve saltar dos atuais 15 milhões de passageiros/ano para 41 milhões na última fase.
As obras já começaram e o consórcio está trabalhando com três frentes simultâneas de trabalho: obras de ampliação, de reforma e no pátio das aeronaves. São cerca de 600 operários trabalhando.
O prazo de concessão é 25 anos. Durante esse período, o investimento total previsto é de R$ 2,85 bilhões.