A maioria das pessoas espera que as denúncias de demora no atendimento de emergência venham do sistema público de saúde, porém hospitais de Brasília estão aí para mostrar que isto também acontece na rede particular. O supervisor de hotelaria Daniel Braga fez um desabafo no facebook sobre a demora e o sistema arcaico no atendimento de emergência no Hospital Santa Lucia.
Segundo Daniel, nesta terça (23) ele passou duas horas entre o acolhimento e o cadastro, até o atendimento emergencial. Ele relatou que as fichas de atendimento estavam em pastas de acrílico, que eram mexidas e invertidas pelos funcionários. Quando ele enfim foi atendido, com dores de garganta, o médico teria usado uma lanterna de celular para fazer o exame. “Se eu estivesse no sistema público de saúde, até entenderia, já que a carência de recursos e supervisão de qualidade imperam. Porém, pagando para ser bem atendido e deparar com esse procedimento, NÃO ACEITO! Um equipamento de telecomunicação que vai à boca, aos ouvidos e circula pela cidade”, relatou.
Além disto, Daniel afirmou que durante os cerca de cinco minutos em que passou por exame clínico, a porta do consultório foi aberta duas vezes, uma por um paciente e outra por um médico que teria dito: “Estou chegando agora, o trânsito estava péssimo”.
Após tudo isto, ele resolveu ir ao responsável pela Emergência, relatar o ocorrido. Foi-lhe recomendado que procurasse a área administrativa, onde depois de muito perguntar, descobriu o nome, mas sem o sobrenome e junto com a informação de que ele “não estava disponível”. “Liguei para me certificar da informação e, depois de esperar 8 min, a atendente ROSANA reconfirmou o nome do responsável, mas, que ele estava nos andares e não estaria disponível. Informou ainda que seria a primeira noite no plantão noturno”, relata.
Ouvidoria – Nossa reportagem entrou em contato com o Hospital Santa Lúcia e uma atendente identificada apenas como Tatiana relatou que a reclamação de Daniel já chegou à ouvidoria e que o diretor do Hospital estava ciente do fato. Ainda segundo ela, o diretor do hospital disse que não há problemas com relação à lanterna do celular, “porque não foi à boca do paciente” e porque seria “melhor que os equipamentos disponíveis”.
Ainda segundo Tatiana, o hospital já registrou a reclamação e que pelo trâmite burocrático nesse tipo de questão, o hospital tem um prazo de cinco a sete dias para dar resposta à reclamação registrada pelo usuário.
Leia o relato de Daniel na íntegra:
Hoje, tive uma das mais inusitadas experiências em atendimento de serviços de saúde de minha vida.
Após fazer o acolhimento às 18h44 e o cadastro às 18h55, fiquei por quase DUAS horas na espera do atendimento emergencial. Não bastasse a demora (que por sinal gostaria de entender o medieval sistema de pastas em uma caixa de acrílico que toda hora é mexida por funcionários da equipe de apoio invertendo a ordem dos atendimentos; entender a troca de turno sem a passagem eficiente das informações para quem assume, os consultórios abertos sem profissional de atendimento, a ausência de profissionais do hospital para esclarecer os pacientes a demora), ao ser, enfim, chamado pelo Doutor, tive mais uma surpresa INADMISSÍVEL.
Para verificar minha garganta (que estava com sinais de inflamação), o referido profissional utilizou a LANTERNA DO CELULAR!
Se eu estivesse no sistema público de saúde, até entenderia, já que a carência de recursos e supervisão de qualidade imperam. Porém, pagando para ser bem atendido e deparar com esse procedimento, NÃO ACEITO! Um equipamento de telecomunicação que vai à boca, aos ouvidos e circula pela cidade.
Não suficiente o espanto, nos 5 minutos de exame clínico, a porta do consultório foi aberta 2 vezes, por um paciente e por um médico que, acredito, estava chegando ao plantão (atrasado), pois disse a seguinte frase: ESTOU CHEGANDO AGORA, O TRÂNSITO ESTAVA PÉSSIMO.
Ao perguntar pelo responsável da Emergência, o doutor não sabia (recomendou que eu procurasse a área administrativa), os atendentes não sabiam até que, o atendente de recepção AÍRTON me informou que o responsável era um certo Dr. BENEDITO, mas, que ele não sabia o sobrenome e que ele não estava disponível.
Liguei (3445-0000) para me certificar da informação e, depois de esperar 8 min, a atendente ROSANA reconfirmou o nome do responsável, mas, que ele estava nos andares e não estaria disponível. Informou ainda que seria a primeira noite no plantão noturno.
EXIJO uma explicação do Hospital! Vamos botar a boca no trombone!!!