O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) determinou a suspensão do processo de licitação do terreno na QL 24 do Lago Sul, ao lado da Ponte JK, que está destinado à construção de um shopping center. O TCDF deu um prazo de 15 dias para a Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) prestar os devidos esclarecimentos sobre as falhas detectadas, mas a companhia ainda não se pronunciou.
A venda foi suspensa na terça (23) e estava marcada para ser fechada nesta quinta (25), por R$ 1.639 o metro quadrado, o que daria um total de R$ 106,57 milhões. De acordo com o tribunal, é um valor bem abaixo do praticado pelo mercado e, por isso, “a Terracap estaria promovendo depreciação do patrimônio público”.
Na determinação de suspensão, o TCDF apontou a ausência de estudos sobre o impacto da construção de um shopping em área residencial e informou que a instalação de um centro comercial no local fere o Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) vigente.
O Tribunal destaca ainda que o lote está cercado de áreas de preservação ambiental e a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), a Companhia Energética de Brasília (CEB) e o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) informaram que não houve consulta de viabilidade ou estudo de impacto para viabilização do empreendimento.
Protesto – Na segunda (22), um grupo de moradores do Lago Sul se reuniu no local para protestar contra a venda do terreno para a construção do que apelidaram “shopping do mal”. Os moradores afirmam que a região é um parque e uma área de compensação ambiental, onde foram plantadas diversas árvores para reparar o dano causado pela construção da ponte.
Além disso, os moradores temem que hajam complicações no trânsito da região e afirmam que há um córrego que corta a região e um lençol freático no terreno. “Cerca de 880 árvores serão derrubadas com a construção do shopping. Metade das mudas já havia sido plantada para compensação ambiental, será uma perda enorme”, disse o ambientalista Gerard Moss, líder da Organização Rios Voadores, durante o protesto.
Ad informações são do G1.