Rede pública do DF volta às aulas

Publicado em: 14/02/2013

As aulas da rede pública do Distrito Federal recomeçam nesta quinta (14), quando 500 mil alunos devem retornar às 652 escolas públicas e boa parte deles vai se deparar com uma nova política educacional: a dos ciclos e a semestralidade. Para o novo ano letivo, a rede pública vai contar com mais 1.668 professores concursados, que se somarão aos 28,3 mil já efetivos na rede. Segundo a secretaria, 310 professores apresentaram atestado médico, e não estarão presentes no primeiro dia de aula.

A volta marca o início da nova política educacional, o Currículo em Movimento da Educação Básica, que deve expandir o chamado sistema de ciclos para o 4º e 5º ano do Ensino Fundamental, segundo informações da Secretaria de Educação. O sistema já existe no 1º, no 2º e no 3º ano do ensino fundamental e a ampliação será válida em 71 escolas.

 

De acordo com as regras do projeto, o aluno poderá ser reprovado apenas no fim do 3º ano do ensino fundamental, que corresponde ao primeiro ciclo, e no fim do 5º ano, quando se dá a conclusão do segundo ciclo. Segundo a secretaria, o objetivo do projeto é dar mais tempo para que os professores entendam as dificuldades dos alunos e com isso reduzir os índices de repetência. “Temos 80 mil alunos com dois ou três anos de repetência. Essa proposta corrige o problema”, aposta o titular da pasta, Denílson Bento da Costa.

 

O GDF quer criar um terceiro ciclo até o 9º ano, e a expectativa é que ele seja implantado até 2014. Denílson explica ainda que a adesão ao sistema de ciclos é facultativa, já que trata-se de um projeto experimental. Inicialmente o sistema de ciclos funcionará no Guará, Recanto das Emas, Santa Maria, São Sebastião e Núcleo Bandeirante.

 

Críticas – Lançado em novembro de 2012, o projeto Currículo em Movimento vem sendo criticado por professores, diretores e associações de docentes. A ideia inicial da Secretaria de Educação era expandir o projeto para todas as escolas da rede até o 9º ano já no começo de 2013, mas a pasta acatou a recomendação de professores, para que as mudanças fossem feitas de maneira gradual, sem prejudicar alunos com uma eventual falha.

 

Mesmo após as alterações, alguns membros da categoria ainda discordam da urgência com que a expansão foi feita e no último dia 5, o Conselho de Educação do DF se posicionou contra a implantação imediata dos ciclos e da semestralidade, mas o governo não cedeu. Três dias depois, o Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) entrou com uma ação na Justiça pedindo a suspensão do projeto para o início do ano letivo. O caso ainda não foi analisado.

 

A Secretaria de Educação disse que fará debates e palestras de orientação ao longo do semestre para discutir o currículo e pensar com planejamento na expansão de ciclos para todas as escolas e todos os anos.

 

Mais mudanças – O secretário de Educação afirmou ainda que o ensino médio terá mudanças em 90% das 86 escolas. Uma delas é a alternância entre as disciplinas de exatas, humanas e biológicas, que serão divididas em dois blocos, que misturam as áreas de conhecimento.

 

No primeiro semestre, metade dos alunos estuda o primeiro bloco e a outra metade tem aulas do segundo bloco, se alternando no segundo semestre. Com esta mudança, apenas as aulas de matemática e português permanecerão em sistema anual. A avaliação dos alunos também continua sendo anual, com possibilidade de reprovação no fim de cada ano.

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