Neste domingo (17) a Ocupação Novo Pinheirinho em Taguatinga, no Distrito Federal decidiu que irá resistir à ação de despejo marcada para esta segunda (18). Desde o dia 4 de janeiro, cerca de 400 famílias ocupam um esqueleto de uma construção, abandonado há cerca de 20 anos no Pistão Sul em Taguatinga. “Após esgotarmos todas as tentativas de negociação com o GDF, ficou claro que o Governo Agnelo (PT) aposta no confronto e na repressão aos trabalhadores que lutam”, informa o Movimento de Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Na tentativa de evitar a violência, uma vez que o grupo pretende resistir, o próprio MTST lançou na última sexta (15) uma campanha para convencer o governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz a sentar e negociar com as 400 famílias acampadas no local, mas nada foi feito pelo GDF.
Na sexta (15) pela manhã os integrantes do Novo Pinheirinho realizaram um protesto contra a decisão judicial desta quinta (14), quando a 3ª Vara Cível de Taguatinga determinou o despejo dos acampados e apenas o governador pode impedir, por conta da decisão IR-92 MT do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que diz que o governador tem direito de não cumprir a determinação judicial, preservando o direito à moradia das centenas de famílias ocupadas enquanto não há um acordo.
Leia abaixo o comunicado do MTST na íntegra.
OCUPAÇÃO NOVO PINHEIRINHO DE BRASÍLIA SE PREPARA PARA RESISTÊNCIA
Assembleia do Acampamento decidiu não sair do imóvel ocupado e resistir ao despejo de amanhã. GDF não negocia e será responsável caso ocorra um novo massacre.
Neste domingo, 17/2, a Ocupação Novo Pinheirinho em Taguatinga (DF) decidiu não deixar o imóvel ocupado, cuja ação de despejo está marcada para amanhã. Após esgotarmos todas as tentativas de negociação com o GDF, ficou claro que o Governo Agnelo (PT) aposta no confronto e na repressão aos trabalhadores que lutam.
Porém, ao contrário de situações anteriores, onde recuamos do enfrentamento por haver alguma alternativa proposta às famílias sem-teto, agora não resta outra alternativa ao MTST do que permanecer no terreno até as últimas consequências.
Não proporemos às centenas de trabalhadores, pais e mães de família, levarem seus filhos para debaixo de pontes. Muitas destas famílias chegaram a receber, por mobilizações anteriores, auxílio emergencial do GDF, mas o Governo cortou o pagamento, deixando as famílias sem alternativa.
O GDF demonstra-se incapaz de cumprir os compromissos que estabelece com o movimento popular. Nem mesmo o cadastramento de nossa entidade e a aprovação de uma lei distrital de bolsa aluguel foram garantidos por este Governo.
Por isso, quaisquer atos de repressão, violações de direitos humanos e – no limite – derramamento de sangue que ocorrer na tentativa de despejo da ocupação em Taguatinga terá um único responsável: O Governo Agnelo Queiroz.
Permaneceremos até o último instante abertos as negociações e esperamos ainda que se possa viabilizar uma solução negociada para o caso.